Graça e o perfil da produção premiada na FNLIJ
Cristina Maria Rosa
Na reunião do GPELL
ocorrida sexta, dia 18 de setembro, Florence Barbosa Gomes Santos mencionou o “nascimento”
da ficha, via formulário eletrônico, que apoiava o GPELL/UFMG na avaliação de obras
destinadas a politicas públicas de leitura no Brasil.
Capitaneada pela FNLIJ – Fundação
Nacional do Livro Infantil e Juvenil, os premiados passavam por vários critérios,
sempre uma demanda intelectual muito forte ao GPELL, desde as primeiras décadas
do século XX[1]. Leia parte do relato:
Eu conheci graça faltando
um ano para a formatura em Letras. No mural, vaga para bolsista do LIED. Eu
muito frustrada com a Faculdade de Letras, pela falta de conexão da teoria com
a prática, procurei a Graça pensando nessa vaga. Graça era prática: – Olha,
você pode desistir. Acabou de sair daqui de minha sala uma pessoa que se formou
em jornalismo, depois em Letras. Ela vai me ajudar muito, já ocupou a vaga.
Pode desistir. Seis meses depois, Graça ligou e disse: – Olha, eu gostei muito
de você e não fiquei com você porque fiquei com a jornalista. Venha que tem uma
vaga para você. É uma bolsa de iniciação científica no GPELL. Quando cheguei para
trabalhar, ela me explicou. É um relato da Graça: “Em 2005, ela perguntou ao
grupo: Já que estamos lendo e avaliando esses materiais da FNLIJ, por que não
afirmamos que estamos estudando e abrimos uma pesquisa sobre esse material?
Qual o perfil da produção literária das crianças e jovens?”. As fichas ainda
não estavam sistematizadas. A ficha inicial, em meu trabalho de bolsista, foi
inserir em planilhas do Excel. De 2007 a 2009, coloquei no Excel. Eu trabalhava
no gabinete, digitando e salvando os dados. Transformava em gráficos para fazer
um estudo dos livros premiados. Chegavam as fichas por debaixo da porta. As
pessoas passavam as fichas preenchidas por debaixo da porta. Eu pensava:
“Alguém vai pisar na ficha!”, “Segunda eu vou pisar na ficha!”. Essa foi a
motivação para transformar a ficha em uma ficha eletrônica.
A Fundação Nacional do
Livro Infantil e Juvenil envia, para a UFMG, que os guarda em arquivo desde
então, todos os exemplares para a seleção. São milhares de livros que as
editoras inscrevem. Eles são lidos, avaliados, catalogados e, por fim, um
pequeno grupo é premiado.
Estes livros integram um
acervo precioso, sob guarda do GPELL, na Biblioteca da FaE. Em 2010, quando de
minha estada na UFMG para o Pós-Doutorado, tive o privilégio de conhecer e
ministrar uma aula lá, para as colegas de Disciplina sob orientação de Graça Paulino.
Foi emocionante!
Sobre a história da feitura
da ficha de avaliação, leia mais um trecho do depoimento de Florence:
Falei: – Graça: vamos
transformar a ficha em eletrônica? “Decisão de grupo”, disse a Graça. “Você vai
levar e o grupo vai votar”. A ficha foi criada no google docs excel. Ela permitia salvar os elementos e gerava uma
planilha final, com detalhes que a ficha abrangia. Qual a vantagem? Possibilitava
cópia mensal. Ao final de um semestre, um gráfico era gerado automaticamente, para
cada item da ficha. O grupo se debruçava sobre dados extraídos dali. A ficha
era para, depois de avaliado, analisar e entender o perfil dessa produção premiada.
Graça tinha essa intenção!
[1] Em 2005, iniciou o
uso de fichas de avaliação. Era manual e nela havia 29 campos de preenchimento.
Em 2010, passou a uma planilha do Google
docs, com 37 campos e em 2018, passou a ser alimentada em uma planilha do Google Drive e nela há 70 campos para
dados.
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