quarta-feira, 21 de junho de 2023

Ler é pertencer

 

Ler é estar imerso na cultura escrita

Cristina Maria Rosa

Alfabetizar é dar ingresso ao mundo da cultura escrita.

A todas e todos.

Na escola, dar ingresso e manter...

Alfabetizar literariamente é inserir, manter e aprimorar relações de pertencimento de alguém – um bebê, uma criança, um adolescente, um adulto – ao “universo” da literatura.

A Literatura é uma arte e o ingresso e permanência nesta arte é um direito.

Embora não escrito, esse direito está representado por bons livros, autoras e autores relevantes e políticas públicas de acesso à bibliotecas.

Para dar início a um processo de alfabetização literária, é necessária a mediação de um/a conhecedor/a de obras, autorias e gêneros literários e de processos de aprendizagem que se harmonizam em etapas organizadas, constantes e significativas.

Assim, ao se propor a alfabetizar literariamente é imprescindível ter e manter deliberação, frequência e qualificação, pois o gostar de ler literatura não nasce com os bebês.

O contato com livros e a leitura de literatura e deve ser constante: um pouquinho a cada dia. E, para se escolher bons livros, os imprescindíveis, é prudente ter critérios.

A alfabetização literária ocorre com livros!

Muitos e literários livros, abertos frente a nossos olhos e demais sentidos, cotidianamente, até que saibamos que dependemos deles como da água, para viver...

quarta-feira, 7 de junho de 2023

Ouça meninas

 

As meninas e nós

Cristina Maria Rosa

 

É junho. frio aqui na serra gaúcha. Dia lindo. Acordei cedo.

Ao abrir meu computador, depois de um café da manhã em que o diálogo sobre a simplicidade da vida no campo foi o tema central, antes de qualquer possibilidade de retomar meus estudos, uma notícia me levou a clicar e ler. O título, no Portal GELEDÉS era: Com Rede Malala, Nobel da Paz pede que governo brasileiro ouça meninas e sociedade civil

Impossível não ler.

Impossível não vincular o lido com a educação literária de e para meninas que propusemos, entre 2017 e 2021, na cidade de Pelotas, onde exerço, desde 1993, a docência na área da Cultura Escrita na Pedagogia da FaE. Naquele tempo, Jéssica Ribeiro e Ellem Borba, minhas duas parceiras de ideias e atitudes, mais um grupo de queridas pessoas e leitoras – Bitica, Patrícia, Ieda, Cinara, Tamires, Rose, Márcia, Daniela, Malu, Rafaela, Roberta, Helenira, Érica, Virginia – inventamos um modo de ser e estar neste diálogo que sim, deve ser da Universidade e da Literatura.

A violência contra meninas não pode ser ignorada.

Deve ser afrontada!

Um evento sem machismo

Registrado em http://crisalfabetoaparte.blogspot.com/2017/05/educacao-sem-machismo-o-evento.html, o Seminário Educação Sem Machismo – evento realizado no dia 26 de maio de 2017 como uma ação da Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul –, contou com o apoio do Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual da UFPel. O objetivo foi capacitar educadores para abordar os temas como violências de gênero e machismo, através de ferramentas que promovessem a igualdade nos ambientes de ensino como escolas e universidades. Lideradas pela Deputada Estadual Manuela D’Ávila – Procuradora Especial da Mulher da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul – um grupo de pesquisadoras contribuiu para o diálogo, travado com um público atento e participativo.

Convidada a representar a UFPel, elaborei por escrito algumas reflexões a partir de experiências em escola, com meninas. A “conferência” se originou em um trabalho de pesquisa e extensão que vinha sendo desenvolvido desde 2016 e que foi publicizado pela primeira vez no dia oito de março de 2017, dia internacional da mulher, em uma atividade intitulada Leituras para Meninas.

Quer conhecer na íntegra o texto preparado por mim para este evento? Se sim, clique em: http://crisalfabetoaparte.blogspot.com.br/2017/05/leitura-para-meninas-um-punho-e-um-utero.html

Para saber mais...

Para saber quase tudo que ocorreu neste tempo entre 2016 e 2021, leia pequenas matérias que organizei, redigi e publiquei em meu blog. Ao clicar nos endereços selecionados, vais perceber que sim, são atitudes simples, pontuais. Mas, repletas de significado e empoderamento.

1. Textos literários para abordar o tema da educação de meninas contra a violência podem ser encontrados em: http://crisalfabetoaparte.blogspot.com/2017/03/leituras-para-meninas-eu-recomendo.html;

2. Mulheres que escrevem sobre a condição feminina podem ser conhecidas se lermos autoras que estão indicadas em: http://crisalfabetoaparte.blogspot.com/2017/03/mulheres-leem-mulheres.html;

3. Se quiseres saber como fazer um evento de e para mulheres leia: http://crisalfabetoaparte.blogspot.com/2017/03/8-de-marco-um-dia-de-ler.html;

4. Ler poemas sobre, para e com mulheres pode ser assim: http://crisalfabetoaparte.blogspot.com/2017/03/11-de-marco-poemas-para-mulheres.html;

A publicação que li e que originou este escrito

Quer saber o que o GELEDÉS escreveu sobre a visita de Malala Yousafzai – a mais jovem vencedora do Prêmio Nobel da Paz – ao Brasil? Quer descobrir o que conversou com ativistas e meninas de projetos desenvolvidos pela Rede Malala? Clique em https://www.geledes.org.br/com-rede-malala-nobel-da-paz-pede-que-governo-brasileiro-ouca-meninas-e-sociedade-civil/ e leia na íntegra. Na matéria, uma de suas declarações foi

 

As vozes das meninas devem estar no centro das discussões que definem o futuro delas. É preciso garantir a participação de ativistas e de meninas na formulação de políticas educacionais e a colaboração entre o governo e a sociedade civil para mudar o futuro das meninas. Eu espero que o governo brasileiro avance na implementação de políticas progressistas e leis que promovam a equidade de gênero e de raça, incluindo a total implementação da história e cultura afro-brasileira e indígena nos currículos escolares. (Malala Yousafzai, 07 de junho de 2023).

Obrigada!

Alfabeteando...

Um "Alfabeto à parte" foi criado em setembro de 2008 e tem como objetivo discutir a leitura e a literatura na escola. Nele disponibilizo o que penso, estudos sobre documentos raros e meus contos, além de uma lista do que gosto de ler. Alguns momentos importantes estão aqui. 2013 – Publicação dos estudos sobre o Abecedário Ilustrado Meu ABC, de Erico Verissimo, publicado pelas Oficinas Gráficas da Livraria do Globo em 1936; 2015 – Inauguração da Sala de Leitura Erico Verissimo, na FaE/UFPel; 2016 – Restauro e ambientação da Biblioteca na Escola Fernando Treptow, inaugurada em 25 de novembro; 2017 – Escrita da Biografia literária de João Bez Batti, a partir de relatos pessoais. Bilíngue – português e italiano – tornou-se um E-Book; 2018 – Feira do Livro com Anna Claudia Ramos (http://annaclaudiaramos.com.br/). 2019 – Produção de Íris e a Beterraba, um livro digital ilustrado por crianças; 2020 – Produção de Uma quarentena de Receitas, um livro criado para comemorar a vida; 2021 – Ruas Rosas e Um abraço e um chá, duas produções com a UNAPI; 2022 – Inicio de Pesquisa de Pós-Doutorado em acervos universitários. Foco: Há livros literários para crianças que abordem o ECA? 2023 – Tragicamente obsoletos: Publicação de um catálogo com livros para a infância.

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