terça-feira, 23 de maio de 2023

Alfabetizar literariamente


 O que é alfabetizar literariamente?

Cristina Maria Rosa

 

Alfabetizar literariamente é inserir, manter e aprimorar relações de pertencimento de alguém – um bebê, uma criança ou mesmo um adulto – ao “universo” da literatura. Sempre lembrando que Literatura é uma arte e o ingresso nesta arte demanda mediação de um/a adulto/a conhecedor/a de obras, autorias e gêneros literários e de processos de aprendizagem que se harmonizam em etapas organizadas, constantes e significativas. Ao alfabetizar literariamente é imprescindível deliberação, frequência e qualificação. Isto significa dizer que a formação do gosto por ler literatura não ocorre eventual e aleatoriamente e nem em atitudes desprovidas de critérios ou juízos de valor.


segunda-feira, 22 de maio de 2023

Antologia literária na mão...


Literatura em um caderno de textos

Cristina Maria Rosa

 

O que é um “caderno de textos”?

Uma das estratégias que inventei, quando fui professora de metodologia da alfabetização na Pedagogia da Faculdade de Educação na Ufpel foi o “caderno de textos”.

É uma ideia simples, eficiente e adequada para professoras que estão longe de centros com boas bibliotecas, livrarias e sebos.

Parto do princípio de que um repertório literário se forma, se adquire, se alimenta com muitos e variados textos e, consequentemente, muitas idas à estes “templos dos livros”. Mas, na falta deles, vamos criei uma estratégia para ter bons textos. No mínimo duzentos, um para cada dia de aula em um ano inteiro.

Com o intuito de apoiar os estudos sobre a Alfabetização Literária e o Letramento no Curso de Pedagogia e ampliar, rapidamente, o acesso de estudantes aos textos que já pertencem ao domínio público e a outros que são, constantemente disponibilizados por autores e autoras, editoras e projetos de leitura, livros didáticos, revistas e jornais que publicam literatura, propunha, à época, que cada estudante garimpasse textos de valor literário nestas fontes.

Logo depois, que encontrasse uma maneira de tê-los. Que os copiasse – à mão, se fosse o caso – e os trouxesse à sala de aula e, após organizá-los em alguma ordem que poderia ser de gênero literário, autoria ou data de escrita/publicação, estes textos reunidos deveriam integrar um “caderno”.

Seria uma antologia pessoal, escolhida pelo gosto que estávamos "apurando" nas aulas de literatura.

Foco: ter textos importantes que estão espalhados em diferentes livros ou demais impressos, que circulam mas, não necessariamente, estão na escola, biblioteca ou nos livros didáticos.

Seria um modo da professora ou professor acessar uma leitura diária, plural, de variados gêneros e estilos, múltiplos autores e autoras, com o intuito de ler literatura todos os dias.

Gostou da ideia? Faça o seu...

 Como organizar um “caderno de textos?

Ele pode ser construído em casa, na escola, com amigas professoras, com a família e até com as crianças, na sala de aula.

1. Reúna as fontes (revistas, jornais, livros didáticos antigos);

2. Localize nelas os textos;

3. Encontre um modo de reproduzi-lo (recortando, copiando, imprimindo...);

4. Defina um organizador para os textos. Exemplo: primeiro, poemas, depois, narrativas, por fim, lendas e parlendas.

5. Crie um Sumário para encontrar, rapidinho, o texto que buscas, quando o “caderno” estiver pronto. Se tiveres vontade, compre um caderno grande, bem resistente, para inserir nele os textos. Se não, cole em folhas A4 e encaderne. Lembre de deixar folhas anexas, para inserir novos textos com o passar do tempo.

Invente uma capa e...

Leia para seus pequenos.

Alfabeteando...

Um "Alfabeto à parte" foi criado em setembro de 2008 e tem como objetivo discutir a leitura e a literatura na escola. Nele disponibilizo o que penso, estudos sobre documentos raros e meus contos, além de uma lista do que gosto de ler. Alguns momentos importantes estão aqui. 2013 – Publicação dos estudos sobre o Abecedário Ilustrado Meu ABC, de Erico Verissimo, publicado pelas Oficinas Gráficas da Livraria do Globo em 1936; 2015 – Inauguração da Sala de Leitura Erico Verissimo, na FaE/UFPel; 2016 – Restauro e ambientação da Biblioteca na Escola Fernando Treptow, inaugurada em 25 de novembro; 2017 – Escrita da Biografia literária de João Bez Batti, a partir de relatos pessoais. Bilíngue – português e italiano – tornou-se um E-Book; 2018 – Feira do Livro com Anna Claudia Ramos (http://annaclaudiaramos.com.br/). 2019 – Produção de Íris e a Beterraba, um livro digital ilustrado por crianças; 2020 – Produção de Uma quarentena de Receitas, um livro criado para comemorar a vida; 2021 – Ruas Rosas e Um abraço e um chá, duas produções com a UNAPI; 2022 – Inicio de Pesquisa de Pós-Doutorado em acervos universitários. Foco: Há livros literários para crianças que abordem o ECA? 2023 – Tragicamente obsoletos: Publicação de um catálogo com livros para a infância.

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