Estofo: outros modos de pensar...
Cristina Maria Rosa
Cacife, condição e/ou
discernimento de realizar determinada tarefa em determinada circunstância é
sinônimo de “estofo”. Neste caso, é quase uma metáfora para a habilidade ou
faculdade cognitiva e emocional exclusiva da espécie humana de planejar,
desenvolver e avaliar uma ação.
Na imagem contida neste texto, a bebê Clarissa, aos oitro meses, recebendo, da família, parte do que vai ser considerado seu
"estofo" literário. Bebês, desde logo, podem receber e processar
informações, pois são “sujeitos que se constituem na linguagem e que, por meio
dela, se subjetivam e compartilham experiências”, de acordo com Cristiene
Galvão (2016).
Estofo também pode ser o arcabouço de saberes necessários para defesa de
um parecer, uma tese, uma posição cultural, educacional e/ou política. No campo
da alfabetização,
por exemplo, Bruna Carvalho (2019) escreveu que “são escassas as produções
teóricas e proposições para este campo do conhecimento que tenham como estofo
teórico a pedagogia histórico-crítica e a psicologia histórico-cultural”. Neste
caso, a doutoranda escolheu o tema como objeto de pesquisa de sua tese, a
partir da hipótese de que “a organização lógica dos conteúdos da língua escrita
é variável interveniente no processo de alfabetização, promovendo o
desenvolvimento da capacidade de generalização e abstração necessária à
aprendizagem da língua escrita e, a partir dela, o domínio de conteúdos e
conceitos de outras áreas do conhecimento”
Ao
estabelecer como objetivo geral de sua pesquisa a formulação de “orientações de
encaminhamentos didáticos para o ensino da língua escrita no 1º ano do ensino
fundamental tendo como base a psicologia histórico-cultural e a pedagogia
histórico-crítica”, a autora pretendeu ofertar aos leitores, condições
de
conhecer e atuar a partir de saberes “sobre o ensino da língua escrita
elaboradas sob os fundamentos da pedagogia histórico-crítica e da psicologia
histórico-cultural”.
Ela
intencionou compor "um estofo" para a área.
Será
que Bruna conseguiu?
Bônus:
Tu
podes saber lendo ENSINO DA LÍNGUA ESCRITA NO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL:
orientações didáticas à luz da Psicologia Histórico-Cultural e da Pedagogia
Histórico-Crítica. O texto está disponível em: http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UNSP_4f2d6bdff06da192e38b525bdbc10d5e
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