quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Estofo literário: o que é isso?

Estofo Literário: pequeno glossário

Cristina Maria Rosa

 

Ontem, quarta-feira, dia 28 de outubro, depois da Live “Bebês podem ler?”, que participei, a convite da Vanguarda Livraria, recebi uma mensagem de uma querida ex-aluna, que estava online entre as 19 e as 20 horas. Ela escreveu:

 

Professora. Fiquei com muita vontade perguntar e te ouvir falar sobre o que é ter “estofo literário”.

 

Vou escrever aqui, o que é, para mim, “estofo literário”, uma expressão corriqueira que uso quando quero indicar a consistência necessária a um professor no trato das questões que envolvem a alfabetização literária. Respondendo à Pedagoga Pâmela, uma instigante interlocutora que tenho tido nesses tempo de estudos e diálogos “remotos”, escrevi:

 

Ter estofo literário é ter o que eu tenho: muita leitura literária, coragem e saberes para abordar temas considerados polêmicos, noção de infância como uma idade geracional, de criança como um “exemplar da espécie” e um “sujeito que é produto e produtor de cultura” (GALVÃO, 2016), conhecimento prévio de livros, autores e gêneros, experiência com diferenciados públicos, emoção ao compor o saber no campo e formação consistente na área da leitura literária. Estofo é isso. Ou é mais ou menos isso...

E...

Lembrei, depois, que estofo se adquire com as diversas trocas entre leitores que tive a oportunidade de conhecer. Primeiro, meu pai e mãe. Depois, alguns na escola e na Universidade. A maior delas, Graça Paulino, minha orientadora de Pós-Doutorado.

Mas...

A conversa com Pâmela continuou:

“Essa coragem seria uma abertura para que se produza qualquer tipo de conversa com um livro que fale de morte ou racismo, por exemplo? Ou precisa conhecimentos aprofundados sobre cada tema polêmico? Podes me indicar alguma leitura sobre o conceito de criança que tens? Isso seria ter ou desenvolver sensibilidade para perceber o que seria mais adequado para o público a quem leio? Sensibilidade para tratar os temas e entender os diversos pontos de vista que surgem da conversa sobre um livro?”

 Em breve, respondo...


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Alfabeteando...

Um "Alfabeto à parte" foi criado em setembro de 2008 e tem como objetivo discutir a leitura e a literatura na escola. Nele disponibilizo o que penso, estudos sobre documentos raros e meus contos, além de uma lista do que gosto de ler. Alguns momentos importantes estão aqui. 2013 – Publicação dos estudos sobre o Abecedário Ilustrado Meu ABC, de Erico Verissimo, publicado pelas Oficinas Gráficas da Livraria do Globo em 1936; 2015 – Inauguração da Sala de Leitura Erico Verissimo, na FaE/UFPel; 2016 – Restauro e ambientação da Biblioteca na Escola Fernando Treptow, inaugurada em 25 de novembro; 2017 – Escrita da Biografia literária de João Bez Batti, a partir de relatos pessoais. Bilíngue – português e italiano – tornou-se um E-Book; 2018 – Feira do Livro com Anna Claudia Ramos (http://annaclaudiaramos.com.br/). 2019 – Produção de Íris e a Beterraba, um livro digital ilustrado por crianças; 2020 – Produção de Uma quarentena de Receitas, um livro criado para comemorar a vida; 2021 – Ruas Rosas e Um abraço e um chá, duas produções com a UNAPI; 2022 – Inicio de Pesquisa de Pós-Doutorado em acervos universitários. Foco: Há livros literários para crianças que abordem o ECA? 2023 – Tragicamente obsoletos: Publicação de um catálogo com livros para a infância.

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