quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Biblioteca Margarida Gastal: restauro e ambientação


A Biblioteca Margarida, atualmente.
BIBLIOTECA DA ESCOLA MARGARIDA GASTAL - CAMPUS CAPÃO DO LEÃO:

RESTAURO E AMBIENTAÇÃO

Cristina Maria Rosa


Resumo: Com início em 2019, um grupo de estudantes, técnicos e docentes da UFPel se propôs a  intervir para ambientar e qualificar o espaço interno da Biblioteca da Escola Pública Municipal Margaria Gastal, no Capão do Leão. Projeto estratégico da Gestão 2016-2020, conta com a colaboração de diferentes cursos da UFPel e, pela primeira vez, integra comunidade (colaboradores e financiadores da ação), administradores da Escola e da Universidade, Docentes de diferenciados centros, técnicos administrativos que amam ler e estudantes, futuros profissionais na escola e fora dela. O foco é produzir um espaço em que a leitura literária e a formação de leitores sejam prioridade.

O projeto
Originado nas ações da Sala de Leitura Erico Verissimo e apoiado pelo PET Educação, a Assessoria a Bibliotecas Escolares é uma ação de extensão (Ação 563) registrada na plataforma PREC UFPel e aprovada pelo COCEPE UFPel sob o número 277.  
Tem como foco conhecer, projetar, intervir e realizar, em bibliotecas escolares, ações de restauro dos ambientes internos para que a formação do leitor literário ocorra. Desenvolve-se a convite das escolas e busca, como objetivo primeiro, realizar espaços públicos institucionalizados por lei.
A biblioteca escolar, no Brasil, obedece a diferenciados projetos, resoluções e manuais, entre eles, o manifesto, válido em todo o mundo signatário da UNESCO desde 1999. Por ser o mais importante lugar da escola – especialmente por ser o único partilhado por todos e, ao mesmo tempo, representar nossa cultura – é necessário para seu pleno uso, a setorização, iluminação, ambientação e aclimatação.
Espaço mais importante em uma escola, único partilhado por todos e representante do “imenso patrimônio” de “obras valiosíssimas que vêm se acumulando pelos séculos” de acordo com Ana Maria Machado (2002, p. 17), a Biblioteca escolar demanda, para seu pleno uso, setorização, iluminação, ambientação e aclimatação. Mas, preponderantemente, políticas de fruição da arte literária.
As referências
13/09 - Reunião com a equipe
Apoiados em pesquisas sobre a leitura, o livro e a literatura realizadas por pesquisadores como Meireles (1951), Abramovich (1997), Campelo (2002), Zilberman (2003) e Souza e Feba (2011), consideramos que o conhecimento de diferenciados gêneros literários é fundamental na formação de qualquer criança, especialmente quando observamos que parte das famílias não dispõe de repertório, acervos ou hábitos que antecipem ou substituam as práticas escolares de acesso e uso do livro. Além disso, nos cercamos de um estudo sobre os documentos legais – leis, decretos, deliberações, publicações – que normatizam a fundação, existência, manutenção e preservação de bibliotecas escolares no Brasil. O intuito dessas duas atitudes – conceituar e regrar – foi criar um escopo de argumentos para propor um projeto e defendê-lo socialmente.
Cristina Rosa e Diretora Maria Tereza
Restaurar, ambientar, criar metodologias de uso do acervo de modo autônomo.
A metodologia empregada conta com uma abordagem multidisciplinar gerida pela integração entre o olhar da Educação como fim último – promover a leitura –, o da Arquitetura como meio – projetar e intervir em um espaço – e o da Antropologia como questão de pesquisa – responder para quê e para quem a universidade realiza extensão. Esta “abordagem multidisciplinar” resultou no registro de um modo peculiar de ser e estar em grupo: uma ousadia e um desafio representado em três linhas que formam o projeto, o desempenho de funções no restauro do espaço e a pesquisa acadêmica.

Ações
1.                 Agosto: Elaboração do projeto e contatos com Docentes na UFPel;
2.                 Setembro de 2019: reuniões preparatórias (02 e 06/09) com a Direção da escola, representada pela Diretora Maria Tereza Brum Argoud;
3.                 Setembro de 2019: Montagem da equipe e criação de um grupo no Whats App, o “Biblioteca Margarida” (05/09);
4.                 Ida à escola (13/09) para ouvir a Coordenadora da Biblioteca, professora Maria Cristina Prietto Garcia. Nesse mesmo dia, levantamento dos dados (medidas da sala, das aberturas, listagem de móveis, contagem de livros, diálogo sobre reciclagem);
5.                 Definição do primeiro dia de trabalho:  Análise do acervo e separação dos livros adequados e ultrapassados a serem doados para reciclagem (27/09);
6.                 Limpeza e avaliação de paredes, assoalho e aberturas;
7.                 Limpeza do assoalho, que tem muitas camadas de cera;
8.                 Produção de uma planta baixa, com a ambientação adequada;
9.                 Pintura das paredes e criação de um painel em eu uma delas;
10.             Revisão da instalação elétrica, visando segurança e instalação de pontos de luz extras;
11.             Customização de móveis, limpeza, adequação e confecção das cortinas;
12.             Reorganização do espaço, com ambientes definidos;
13.             Organização do acervo, priorizando a leitura literária.

Relatos de quem foi...

“Chegamos à escola, por volta das 9h e 30 minutos, eu Daniela, Profª Cristina Rosa (coordenadora e orientadora do projeto), Débora e Alisson (alunos da Pedagogia FaE/UFPel e PET/Educação) e o Marcos (aluno da Física/UFPel). Era a terceira reunião para o projeto de restauro da biblioteca escolar. Fomos recepcionados pela Diretora, professora Maria Tereza e por uma das professoras de Português da escola, além de conhecermos a professora Cristina, responsável pela biblioteca. Ex-Diretora, contou-nos um pouco de sua história na escola, sua trajetória, algumas melhorias e aquisições da Biblioteca. Iniciamos, então, um inventário de tudo que havia dentro da biblioteca: quantidade de móveis, estantes de livros, mesas, cadeiras, objetos decorativos e outros. Também medimos a sala, as janelas, estantes e outros móveis, para verificarmos o espaço disponível, o que deverá ser mantido e o que deverá se possível, ser retirado ou removido para outro lugar da escola. Tudo isso foi anotado em uma folha e fotos foram tiradas para os nossos registros. Mais tarde, mais alguns estudantes juntaram-se a nós e sentamo-nos para conversarmos sobre nossas primeiras impressões da biblioteca”. Daniela Pires Moreira de Castro

“Aos treze dias do mês de setembro, reuniram-se na biblioteca da Escola Municipal Margarida Gastal (município de Capão do Leão) a diretora da mesma, uma professora de português, a bibliotecária responsável, a professora da UFPel e tutora do PET Educação Cristina Rosa, os alunos do curso de pedagogia da UFPel: Alisson Batista, Débora Monteiro, Angélica Karsburg, Paloma Wiegand e Daniela Castro, os alunos do curso de física da UFPel: Marcos Alexandre, Renata Schneider, Thissiana Fernandes e André Mello. Foram realizados levantamentos e registros da mobília presente na biblioteca. Também foram realizadas medições das paredes, janelas e porta e construído um rascunho da planta do local. A seguir foi realizada uma conversa sobre algumas ideias iniciais e feito o planejamento das próximas atividades a serem realizadas” Alisson Castro Batista.

“Era manhã, cedo, quando esperávamos na fila do ônibus de apoio da UFPel, em frente ao Instituto de Ciências Humanas (ICH), esquina Centro de Artes, uma outra bolsista e eu. Depois de mais de uma hora pudemos embarcar, e logo chegamos. Lamentavelmente, ao fim da reunião. Mas não em vão, pois observamos o lugar, e o modo como ali era tratado. Acompanhamos as últimas considerações em relação à necessidade de reparo: uma folha cheia, pelo que vi. Há muito que fazer, as expectativas são grandes, o prazo, nem tanto. Contudo, a força de vontade dos envolvidos, a doação de materiais necessários, encontros semanais e planejamentos atrás de planejamentos são ponto de partida para que seja garantido – porque "finalizado", acredito não caber a algo relacionado ao conhecimento – um local acolhedor, não só às crianças, mas à comunidade escolar num geral” Paloma Wiegand.

CRÉDITOS:
Equipe:
Coordenação: Drª Cristina Rosa
ColaboraçãoAlejandro Martins Rodriguez, Aline Ribeiro Paliga e Diuliana Lenadro (CENG); Heloisa Duval de Azevedo (FaE), Lúcia Peres (Assessoria Reitor/UFPel), Patrícia de Borba Pereira (Bibliotecas/UFPel) e Rogéria Guttier (Pró-Reitoria de Extensão e Cultura/UFPel)
Estudantes: Alisson Castro Batista, Angélica KarsburgDébora Monteiro e Paloma Wiegand – Pedagogia; André Mello, Marcos Alexandre, Renata Schneider e Thissiana Fernandes – Física; Daniela Castro – Letras; Carlos Etchepare e Luiz Guilherme Sampaio (CENG).



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Alfabeteando...

Um "Alfabeto à parte" foi criado em setembro de 2008 e tem como objetivo discutir a leitura e a literatura na escola. Nele disponibilizo o que penso, estudos sobre documentos raros e meus contos, além de uma lista do que gosto de ler. Alguns momentos importantes estão aqui. 2013 – Publicação dos estudos sobre o Abecedário Ilustrado Meu ABC, de Erico Verissimo, publicado pelas Oficinas Gráficas da Livraria do Globo em 1936; 2015 – Inauguração da Sala de Leitura Erico Verissimo, na FaE/UFPel; 2016 – Restauro e ambientação da Biblioteca na Escola Fernando Treptow, inaugurada em 25 de novembro; 2017 – Escrita da Biografia literária de João Bez Batti, a partir de relatos pessoais. Bilíngue – português e italiano – tornou-se um E-Book; 2018 – Feira do Livro com Anna Claudia Ramos (http://annaclaudiaramos.com.br/). 2019 – Produção de Íris e a Beterraba, um livro digital ilustrado por crianças; 2020 – Produção de Uma quarentena de Receitas, um livro criado para comemorar a vida; 2021 – Ruas Rosas e Um abraço e um chá, duas produções com a UNAPI; 2022 – Inicio de Pesquisa de Pós-Doutorado em acervos universitários. Foco: Há livros literários para crianças que abordem o ECA? 2023 – Tragicamente obsoletos: Publicação de um catálogo com livros para a infância.

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