Diz-se muito sobre a leitura. Que ler em movimento nos deixa enjoados,
por exemplo. Penso que enjoado é quem
não lê. Que ler com menos luz deixa o sujeito cego. Penso que o sujeito que não lê já é cego. Diz-se também, e isso foi antigamente, que ler
cansa a vista. Cansa a companhia, cansa as pessoas que precisam aturar as certezas dos mal
informados. Diz-se ainda, que a leitura tem hora e lugar. Isso
eu confirmo. Tem hora. Todas. E tem lugar. Qualquer um.
Ler é um prazer tão grande que quem gosta, não consegue esperar o lugar ideal nem o momento certo. Mesmo porque, esse lugar ideal quase sempre está longe de onde se está quando um jornal, uma revista, um livro novo nos cai nas mãos. E o momento certo, ou já passou ou ainda não chegou. Então, por que não dar uma olhadinha no sumário, nas manchetes, naquela foto que interessou?
Ler é um prazer tão grande que quem gosta, não consegue esperar o lugar ideal nem o momento certo. Mesmo porque, esse lugar ideal quase sempre está longe de onde se está quando um jornal, uma revista, um livro novo nos cai nas mãos. E o momento certo, ou já passou ou ainda não chegou. Então, por que não dar uma olhadinha no sumário, nas manchetes, naquela foto que interessou?
Tem muito mais “coisas” ditas acerca da leitura. A mais séria e de consequências bastante duradouras é que a leitura - os livros, ler, se concentrar, fazer silêncio - afasta as crianças da verdadeira infância. Nesta "verdadeira infância", brincar seria o termo definidor. A
“verdadeira” infância seria um lugar do fruir alegrias advindas do gasto incessante de energia: correr,
pular, gritar, dar risada, esconder-se, jogar bola, não ter horário para nada, comer
despreocupadamente, dormir quando exausto.
Pergunto: criança é só um corpo alegre que entra em
movimento por qualquer motivo?
Eu ainda não encontrei nenhuma criança que risse,
corresse, pulasse, jogasse sem imaginar grandes aventuras. Essas “grandes
aventuras” imaginadas não brotam com o suor, com o volume da voz, com a pressa
do correr. Essas aventuras fazem parte do complexo universo da inteligência
humana capaz de ser racional e imaginária ao mesmo tempo.
A imaginação é mãe de todas as idéias, é filiada ao
regime noturno – ao sonho – e produz verdades que entram em choque com o real.
É por isso que muitos preferem sonhar em vez de realizar.
A aventura, ou melhor, a imaginação da aventura,
brota desse complexo enigma cinza que temos aprisionado dentro dos ossos da
cabeça. A prisão, por pequena, demanda janelas. As da alma, como dizem alguns.
As da imaginação, como sabemos todos.
Essas janelas precisam de ar – idéias – e de luz –
imagens.
Sabe onde podemos encontrar ar e luz? Nos livros. Ou você não conhece Felpo Filva, o poeta da Eva Furnari?
Sabe onde podemos encontrar ar e luz? Nos livros. Ou você não conhece Felpo Filva, o poeta da Eva Furnari?
Por tudo isso é que eu afirmo: Infância combina com
leitura. Presente de aniversário, de Natal, de Páscoa, de amizade, de carinho, presente,
pode ser livro.
Criança não fica traumatizada se entrar em uma
livraria. Silêncio combina com criança. Ler no carro, em movimento, ler no
ônibus forçando a retina, ler com uma vela, ler.
Ler combina com infância. E também com
adolescência, com maturidade, com terceira idade.
Ler combina, ler está na moda, ler é chique. Ler
indica que você tem pensado ultimamente. Ler oferece argumentos, ler faz pensar
em coisas a serem ditas. Ler é massa, é maneiro, é tri legal. Ler é condição de
humanidade e, por isso, ler é imprescindível.
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