Literatura na UNAPI:
Contos
Brasileiros
Cristina Maria Rosa
Ação desenvolvida pelo PET
Educação considerada de extrema valia para os estudantes da Pedagogia que
integram o grupo e, neste momento, em especial é a formação docente para
públicos diferenciados como idosos e, também, mães e demais familiares de
crianças em idade escolar.
O aprendizado, neste
momento, investe-se de relevância por demandar o conhecimento e uso, intenso e
qualificado de meios (ferramentas e modos) de intervir na realidade de quem está
em casa, isolado ou em grupo. De forma on-line, a intervenção prescinde de receptividade,
aceitação e a capacidade de conexão de cada um dos agentes envolvidos.
Um dos programas criado em
tempos de afastamento social por efeitos da COVID-19 foi a criação de um Grupo de Literatura para todos os idosos que já frequentaram uma ou mais salas de aula de Literatura
na UNAPI, a Universidade Aberta a Pessoas Idosas da UFPel.
Tendo iniciado o trabalho
com esse grupo em março de 2018, hoje já contabilizo quatros semestres
desenvolvidos com um público fiel e leitor. Assim, não foi difícil reuni-los e
agregá-los em torno da ideia de enviar dicas literárias durante o tempo que
aguardaremos a reabertura da sala de aula, quando nos encontraremos, de novo,
para ler juntos. E dialogar, rir, provocar uns aos outros com nossas
controvérsias.
Descobrimos, juntos, que
amamos Literatura. Especialmente, contos brasileiros, gênero predileto da turma
e que tem muitos escritores como excelentes representantes.
Escrever ou ler um conto é,
com certeza, um prazer que muitos brasileiros já conhecem.Temos, na história de
nossa Literatura, a presença de muitos e bons contos, elaborados por excelentes
escritores, de norte a sul do país. Temos, também, diversas tentativas de
reunir os melhores em mais e mais antologias. Os autores dos "melhores"
são, logo depois, procurados por ávidos leitores em busca de mais do mesmo: uma
narrativa enxuta, com um início instigante, um ápice de tirar o fôlego e um
desfecho sempre surpreendente. Essa uma fórmula imbatível. E não importa muito
quantas palavras o autor utiliza para nos capturar para sempre. Em poucos
parágrafos ou em algumas páginas, o segredo é enlaçar o desavisado ou
experiente leitor para mais e mais...
Uma
pesquisa recente
Em 2019, mais uma tentativa
de definir quem são os melhores contistas da história da literatura
brasileira ocorreu. E foi entre os leitores da Revista Bula que, entre os meses de março e outubro de 2019, responderam
a uma enquete. Os resultados, que deveriam priorizar autores nascidos no Brasil
ou naturalizados, teve como apoio o livro “Os Cem Melhores Contos Brasileiros
do Século”, organizado por Ítalo Moriconi e publicado em 2000.
Quatro mil e trezentos
colaboradores, assinantes ou seguidores da página da Revista Bula no Facebook participaram. Eles escolheram escritores
das regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste e Nordeste.
Quem foi indicado? Lygia
Fagundes Telles, conhecida como a “dama da literatura brasileira”, é
considerada a maior escritora nacional viva. Nascida em 1923, em São Paulo, ela
iniciou sua carreira aos 15 anos. Entre seus 20 livros de contos, os mais
conhecidos são “Antes do Baile Verde” (1970), “A Estrutura da Bolha de Sabão”
(1991) e “Invenção e Memória” (2000). Lygia ganhou várias honrarias
importantes, como o Prêmio Camões e o Jabuti. Mas houve outros: Amilcar Barbosa, Antônio Carlos Viana, Caio Fernando Abreu, Clarice Lispector, Fernando
Sabino, Guimarães Rosa, José J. Veiga, Lima Barreto, Machado de Assis, Moacyr
Scliar, Monteiro Lobato, Murilo Rubião, Orígenes Lessa e Rubem Braga.
Manter, desde o início da
pandemia, o contato e algum exercício intelectual vinculado à temática, áudios
de primeiras páginas, sugestões de leitura, matérias sobre literatura e outras,
concernentes ao tema, têm sido ofertadas ao menos duas vezes por semana para o
gruipo de literatura da UNAPI. Eventualmente, alguma tarefa tem sido sugerida
aos idosos que, muito entusiasmadamente, compartilham suas emoções e produções.
Como agregado a esse trabalho
e por observar como o grupo está suportando a ausência da presença, que inventamos
o grupo “Diário do cuidado: diálogos aos 60+”, organizado para intervir na
prevenção de casos de depressão por solidão ou falta de atenção.
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