Imagem: Cristina Rosa. Museu Iberê Camargo, 2022. Exposição Maria Lídia Magliani. |
Três mulheres, três
projetos...
Cristina Maria Rosa
Orientar estudantes
de Pós-Graduação é um sonho para parte considerável dos docentes universitários
e pesquisadores em particular. Observar como os temas se organizam, se oferecem
ao olhar atendo de cada jovem pesquisador que “nasce” sob nossos cuidados é
sempre uma maternidade. Foi assim também comigo neste momento na Especialização
em Educação.
Ter Ângela,
Estefânia e Letícia sob minha guarda e poder oferecer a elas parte de meus
saberes, me fez lembrar uma frase de Iberê Camargo: "Não conheço maior generosidade do que aquela de quem reparte
a criação e a sua riqueza intelectual". Iberê foi mágico, nessa frase. Para ele, “importante é encontrar a magia que existe nas coisas, na vida”,
pois, do contrário, ele dizia, “seria apenas um testemunho visual de um
fenômeno ao alcance de qualquer um".
Iberê já não mais
está entre nós. Mas sua obra – desenhos, pinturas, palavras – sim.
Permanecem.
Reverberam...
Outro Camargo – o
cirurgião pulmonar J.J. Camargo, colunista de Zero Hora – pensa e divide
conosco suas impressões sobre o que está pertinho de nós, se apresentando como fenômenos "ao alcance da mão". Em suas palavras, “aparentemente, de tanto querer o
desnecessário, acabamos perdendo o que sempre esteve ao alcance da mão, mas que
por estar assim, oferecido, foi ignorado”.
Aqui, nada se ignora.
Cada descoberta, por pequena que seja, permanece como degraus, em uma escada; como tijolos, em uma edificação; como livros que lemos a vida toda e ao fim de
um tempo longo, aparecem em nossas estantes.
A seguir, te apresento as três mulheres e os três projetos anunciados no título.
Ângela e a história da ciranda
Ângela Corrêa Papaiani pretende, em seu artigo final na Especialização, analisar diversas manifestações da Ciranda enquanto elemento lúdico. Tendo lido Ciranda das Loucas, de Juçara Dutra Vieira, inspirou-se para propor o Flor de Cacto
Estefânia e a leitura literária no mundo on-line
Estefânia Alves Konrad apresenta, em seu artigo, a rede social Instagram como possível ferramenta para aprender e ensinar literatura. Tendo tido acesso a três profissionais que a utilizam, descobriu que, até 2020, não havia pesquisas que registrassem o trabalho de digitais influencer. Ao dissertar sobre o uso do aplicativo, sua influência na educação e os públicos que os posts sobre literatura atingem, elaborou uma reflexão teórica sobre o fenômeno.
Letícia e a alfabetização de crianças falantes de Pomerano.
Letícia Sell Storch Venzke revela, em seu estudo, parte da produção científica a respeito da alfabetização de pomeranos. Além da conservação da língua materna entre crianças pomeranas que, na escola, acessam a língua oficial como prioridade, a relevância de sua pesquisa está em entender o que tem sido estudado e qual a ênfase dada ao tema em diferentes áreas do conhecimento e contextos geográficos. Ao compor um “estado da arte”, deu ênfase a trabalhos indicados pela plataforma Google Acadêmico entre 2012 e 2022, tendo como critério utilizado títulos nos quais havia as palavras da expressão “alfabetização de pomeranos”. Ao todo, foram considerados quarenta produtos (artigos, dissertações e teses). No referencial teórico, Spinassé (2006) e Bahia (2011) que estudam a aquisição da língua materna e o ensino bilíngue.
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