Parte
IV – Agradecendo...
Cristina
Maria Rosa
Por que devemos ler
literatura para as crianças na escola[1]?
Na Universidade, a
formação de leitores ocorre em um processo muito parecido com a formação de leitores
na sociedade (com crianças, jovens e adultos e até idosos). Todos aprendendo,
todos os dias, a gostar mais de ler.
Então, provavelmente o
meu modo de agir com relação ao texto literário e com as pessoas que me cercam,
é muito parecido. Embora eu use, obviamente, uma linguagem adequada para cada público.
Ao me dirigir a vocês,
colegas de profissão e aos demais professores, colegas de exercício
profissional, para dizer a vocês que a leitura é fundamental, primordial, é à
base do ensino na escola. E, se soubermos encantar as crianças pela leitura, o
restante que é necessário ser aprendido na escola fica muito fácil.
Então não lutem contra
vocês mesmos. Não briguem contra o exercício profissional de vocês. Urgente: Se
qualifiquem. A biblioteca tem livros! Convidem a diretora, convidem todos os
professores da escola, invadam a biblioteca e descubram as preciosidades que lá
estão!
Se as crianças de
vocês, ao final de um ano escolar conseguirem lembrar de nomes de autores, de
tramas de textos, de desfechos e enigmas, de ilustradores destes livros, elas
estarão no caminho do letramento literário, expressão tão cara à escola no Brasil. A leitura de bons textos interdita o descaso. O envio de bons textos para as casa das crianças indica aos pais que o dinheiro púbbliuco está sendo bem empregado. Não desistam. Insistam!
Uma leitura...
Escolhi, também, para ler para vocês um texto novo.
Um misto entre ilustração de altíssima qualidade e texto instigante: ou seja, um exemplar moderníssimo do que vem sendo considerada Literatura para crianças no Século XXI no Brasil. O título é O colecionador de Chuvas e seu autor é André Neves.
E escolhi indicar,
também, Roupa de Brincar, de Eliando
Rocha e Elma, um livro que trata de tema muito caro e profundo: a morte. Por
que não falar nela? Por que não nos qualificarmos para sermos os adultos que
consolam e sabem indicar aos pequenos o que fazer quando perdemos um ente
querido? Por fim, escolhi ler para vocês Por
quer, só por querer, inserido no livro “Como uma carta de amor”, de Marina
Colasanti.
Agradecer...
Quero afirmar a vocês
que me leem, que estamos no mesmo barco. Todos nós, professores brasileiros,
estamos juntos; e o meu saber é para nós. Os nossos saberes são nossos, para as
nossas crianças.
Esse Brasil que nós queremos,
diferente, mais culto, mais inteligente, passa pelas nossas mãos. Não percam
essa oportunidade, não abandonem as crianças. Apresentem a elas o que nós temos
de melhor e o que nós temos de melhor, é a nossa Literatura na Escola.
Nosso modo de abraçá-las
é apresentando a Literatura, por que ela é de altíssima qualidade. Não deixem
de aproveitar essa oportunidade. Um ano sem textos literários, é um ano sem
textos literários.
Pode ser um ano com textos literários!
Obrigada!
Para conhecer os demais textos, clique em:
http://crisalfabetoaparte.blogspot.com/2021/06/por-que-ler-literatura.html
http://crisalfabetoaparte.blogspot.com/2021/06/lendo-literatura-diante-das-telas.html
http://crisalfabetoaparte.blogspot.com/2021/06/pessoas-nao-podem-ser-substituidas.html
[1]
Texto produzido a partir de Conferência realizada a professores da rede pública
municipal a convite do Pedagógico SMED. Pelotas, 13 de maio de 2021. Agradeço à
Luzia Helena Brandt Martins pela transcrição.