A história mais triste do mundo, de Mário Corso, tem ilustrações de Bruna Assis Brasil. É um livro com 75
páginas e seu formato é interessante: 26 centímetros de largura e outros 26 de
altura, com amplas orelhas e uma guarda que parece com os livros que Erico
Verissimo fazia nos anos 30 do século passado.
Não parece, mas é altamente indicada para crianças. De todas as idades. A
editora? Bolacha Maria.
É uma delícia ter nas mãos esse presente que Mário Corso preparou para chegar
às livrarias no fim de 2015.
Mas por que recomendar a leitura de uma história triste? E a mais triste
do mundo?
Aviso: Mário Corso não mente. A história é triste.
Muito.
Talvez a mais triste do mundo mesmo.
Quando eu a li, pela primeira vez, não consegui fazer com o livro o que costumo
fazer com os que adoro: reservar páginas para amanhã, adiar o fim para
preservar o prazer.
Não.
Li de um fôlego só, quase sem fôlego.
Ao fim, voltei ao início.
Só para, na página onde se encontra impressa a etiqueta “este livro
pertence a”, escrever meu nome.
Ao indicar que é meu o livro, assinalei seu pertencimento ao repertório de
histórias que me encantam. Logo depois, aloquei o livro entre os demais de meu
acervo e, volta e meia, olhava para ele, destacado na estante pelo tamanho.
Na primeira oportunidade, levei-o comigo para a sala de aula. Queria
dividir com os estudantes as palavras escolhidas pelo autor para narrar a
história de Marco, um guri que pequeno ainda, dividiu uma jaula com um leão.
De circo, o leão.
Mas de verdade.
Na aula, antes da leitura, falei de Mário Corso. Mencionei Fadas no Divã, um dos seus livros com a também
escritora Diana. Mencionei o inventário
de entidades imaginárias e de mitos brasileiros que ele nomeou Monstruário, um livro que indico sempre para as estudantes de Pedagogia.
E mencionei uma Jornada de Literatura em Passo Fundo na qual pude
conhecê-lo e solicitar seu nome em meu livro.
Percebi ali, que conhecia Mario Corso.
E que admirava seu trabalho.
Percebi que a admiração se transformara em respeito literário ao ler A história mais triste do mundo.
Decidi.
Iria, a partir dali, apresentar o livro, recomendar, ler trechos,
indicar, elogiar.
E o que me faz recomendar Mário Corso e sua triste história?
Uma gravata e um lenço.
Um plano de pertencer e ser feliz.
Um beijo e uma vida que sim, pode ser macia.
Antes, lá pela página 54, quando Marco, o protagonista, é levado a comprar
do pai o próprio cachorro, eu havia fechado o livro. E, confesso, ficara por um
tempo pensando nas pessoas que o Mário Corso conhecera na vida.
Triste mesmo, essa história, Mário.
E imperdível!
Leia Mário Corso.
Leia A história mais
triste do mundo.
Leia os autores gaúchos.
Eles escrevem para serem lidos...
Ficha técnica:
Tons & Letras
Produção e Apresentação: Luís Dill
Horário: Sábados,
às 11h
Contato: programacao@fmcultura.com.br
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