Libri di Eppi
Cristina Maria Rosa
Estou em Torino.
Ando pelas ruas da Crocetta, bairro em que vive minha sorella Luciana, em busca dos passos das tias Bárbara e Rita que aqui moraram, amaram, trabalharam.
No mercado, bem pertinho, as bancas de frutas e verduras, roupas, calçados, tecidos, antiguidades.
Mais que isso.
No Mercato della Crocetta, nas ruelas que as tias escolheram para percorrer, há também os vendedores que conversaram com elas, os produtos que elas tocaram e não levaram para casa. Será que me esperavam?
Sábado em Torino.
Quase outono, de manhã é fresquinho.
Alle mezzo giorno fa caldo!
Faço il tampone (teste COVID 19) na Farmacia Maria Cristina, necessário para adentrar ao Mauriciano – oggi, às 17 horas, estarei lá – e, na volta, decido, finalmente, entrar na Libri di Eppi.
Ela fica bem pertinho. Na mesma quadra da Via em homenagem ao astrônomo Giuseppe Piazzi.
Primeiro, dou “buon giorno” às duas mulheres que estão postadas atrás de um balcone. Elas, simpáticas como todos as demais italianas e italianos que encontrei aqui, permitem que eu leia todos os libri que queira. Não sem antes me informar que sentem muito, mas os que procuro – da Casa Editrice Lo Stampatello – não estão à venda ali. E me indicam onde ficam os "tesouros" para i piccolini.
Para mim, uma festa começa...
Um atrás do outro, títulos do mundo inteiro se apresentam.
Faço a primeira triagem.
Em uma estante que parece não ter fim, seleciono vinte e sete exemplares que, à primeira vista, parecem mais interessantes que os demais. E mais alguns, que, logo após ler a primeira ou segunda página, descarto.
Leio os vinte e sete. É um principio.
Sim, gostaria de comprá-los todos. Mas penso: “É a segunda livraria que conheco, não devo comprar todos...”.
Segunda seleção. Depois de rever todos, escolho três. Sem eles, não vou embora.
São12 horas e 47 minutos.
Entrei na Libri di Eppi às 11 horas e 30 minutos.
Após pagar 47 euros e 90 centavos, saio com um “sachetto grande”. Custo? 20 centavos de euro.
A sacola com os livros dentro é tudo que desejo ter da Itália. Percebo na hora!
Abraçada à sacola, retorno na Via Piazzi até o número quindici.
Feliz!
Quem disse que felicidade não tem preço?
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