sábado, 22 de novembro de 2014

Lendo na escola

Em 2014 realizamos muitas atividades de leitura na escola.
Na FaE, em 14/11, recebemos as crianças para ler Pinocchio, de Carlo Collodi.


Na escola infantil Girassol, um encontro com os ilustradores de Frederico, o príncipe.

Um chapéu faz uma bruxa...


Na sala de aula, diálogo com as crianças: a autora e uma convidada.










Meu ABC em O GLOBO

   Graça Ramos publicou interessante matéria sobre Abecedários, intitulada "presente para crianças". Nela, meu trabalho a respeito do Abecedário de Verissimo foi citado:

"No Brasil, um dos mais antigos leva a autoria do escritor Érico Veríssimo – sou louca para conhecê-lo. “Meu ABC”, com ilustrações de Ernest Zeuner, data de 1936. Em trabalho de pós-doutorado na UFMG, Cristina Maria Rosa localizou apenas um exemplar no Rio Grande do Sul. Nem mesmo no Instituto Moreira Salles, que guarda o acervo do escritor, existe essa preciosidade".

Eu fiquei feliz da vida e mandei meu livro para ela que, ao recebê-lo, escreveu: "Oi, Cristina. Parabéns pela pesquisa. Fiquei muito curiosa. Lerei com prazer. Abraço, Graça". E loguinho depois: "Já li. Muito legal. Foi ótima companhia... Mais uma vez, obrigada. Abraço, Graça". A seguir, a matéria na íntegra. Ao final, onde você a encontra em O Globo.


Presente para crianças
Graça Ramos

O dia das crianças aproxima-se e resolvi dar sugestões de presentes. Todos abecedários. São livros que apresentam o ABC quase sempre de maneira lúdica, produto que considero pouco reconhecido no Brasil. Com eles, garotas e garotos se apropriam do hábito da leitura, adquirem intimidade com as letras e com os sentidos das palavras.
Há anos, leio abecedários e, para esse artigo, conversei com a especialista no tema, professora Magda Soares, titular emérita da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), uma das mais respeitadas educadoras do País. Colecionadora de abecedários, ela me provocou ao final da entrevista com uma pergunta: “quem sabe ainda teremos algum abecedário que seja uma obra de arte e perfeito linguisticamente e fonologicamente?”. Fica o desafio aos nossos autores e às editoras.
O desprestígio que esse material, muito valorizado na Europa e nos Estados Unidos, sofre no País passa por vários aspectos, entre eles a pequena produção editorial. Segundo Magda, “entre os livros inscritos no Programa Nacional Biblioteca da Escola, quando este é voltado para a Educação Infantil e os anos iniciais do Ensino Fundamental, são raríssimos os abecedários”. Segundo ela, às vezes, nenhum é inscrito, o que dificulta ou impossibilita incluí-los nos acervos que vão para as escolas.
Precariedade – A outra ponta do problema, segundo Magda, reside no fato de que “os professores não reconhecem a contribuição que os abecedários podem dar ao processo de alfabetização das crianças”. Na opinião da pesquisadora, isso se deve a essa pequena produção e à conhecida precariedade na formação de professores alfabetizadores. Diante desse cenário, perdem as crianças, pois os abecedários muito podem contribuir para a formação e o divertimento dos pequenos.
Coordenadora do projeto Núcleo de Alfabetização e Letramento, em Lagoa Santa (MG), Magda ressalta que abecedários são uma das portas de entrada oferecida à criança para compreender o sistema alfabético de escrita. “Como sempre apresentam a letra acompanhada de uma palavra que começa com ela e de um desenho que revela o significado da palavra, a criança começa a perceber que letras constroem palavras, e representam um som das palavras”.
Pergunto à professora se há uma idade ideal para se presentear crianças com um abecedário. Preste atenção ao que ela diz: “a partir do momento em que a criança demonstra interesse e curiosidade por material escrito, o abecedário é um bom presente, e isso ocorre, em geral, já aos dois, três anos”.
Nos Estados Unidos, por exemplo, são comuns livros com o do título “First 100 words” (Priddy Books), plastificados e ilustrados com fotografias, que apresentam letras e palavras para bebês, conhecidos como “board books”. E também pequenos ABCs, chamados popularmente de “baby’s ABC”. Simples, mas bastante populares. Diferentes de “Alphabet”, da premiadíssima ilustradora Kvéta Pacovská (Verlag), lançado em 1996, clássico internacional, construído como narrativa visual das mais belas, apropriado a qualquer idade.
Na Alta Idade Média, século IX, os celtas já produziam abecedários, com motivos de plantas e animais. Na Biblioteca de Dublin (Trinity College), podem ser encontrados vários exemplares. O artista contemporâneo Damien Hirst lançou seu ABC ano passado e recebeu muitos elogios da crítica, de arte. No Brasil, um dos mais antigos leva a autoria do escritor Érico Veríssimo – sou louca para conhecê-lo. “Meu ABC”, com ilustrações de Ernest Zeuner, data de 1936. Em trabalho de pós-doutorado na UFMG, Cristina Maria Rosa localizou apenas um exemplar no Rio Grande do Sul. Nem mesmo no Instituto Moreira Salles, que guarda o acervo do escritor, existe essa preciosidade. Maiores informações podem ser acessadas em http://www.sedufsm.org.br/docs/noticia/2014/08/D15-216.pdf.
Os ABCs podem ser luxuosos ou mais simples, caso de "Abecedário sem juízo" (Livraria Civilização), de Luísa Ducla Soares, mas o importante é que abram a porta para a leitura e as invenções. Muitos educadores gostam de trabalhar com o livro de Ducla, pois, logo após começarem a leitura, as crianças já se mostram dispostas a inventar seu próprio abecedário. Embora nos Estados Unidos e na Inglaterra não haja sala de aula sem abecedários, nesses países também é rotineiro o procedimento de as crianças construírem o seu próprio abecedário.
Provocações – Minha primeira sugestão, então, será artesanal. Junte-se à criança que deseja agraciar e monte com ela ou para ela – dependerá da idade do pequeno – um abecedário. Mas, se decidir adquirir no mercado um exemplar, leve em conta recomendações feitas por estudiosos do tema. Ele deve ser divertido, criativo, fugir do clichê "isto é aquilo" ou das quadrinhas muito conhecidas. Evite buscar na leitura somente ratificação ou reconhecimento direto das letras. E, se o sentido for educacional, fuja daqueles que em que as letras vêm com muita intervenção gráfica, que quase escondem a forma da letra, prejudicando a percepção dela pela criança. 
Dos produzidos no Brasil que conheço, meu clássico é O batalhão das letras, do amado poeta Mario Quintana. Desde que foi lançado em 1948, já ganhou variadas edições. O primeiro a ilustrá-lo foi Edgar Koetz, em livro formato paisagem. Depois, recebeu os traços de Eva Funari, e, em outra edição, de Rosinha. Todas pelo selo Globo e esgotadas nas livrarias. Recentemente foi relançado, agora com ilustrações de Marília Pirillo, pela Alfaguara.
As quadras do poeta, recheadas de humor, estabelecem relações entre letras, palavras e gestos – adoro, por exemplo, quando ele diz “o K parece uma letra que sozinha vai andando”. Indicado para crianças em processo de alfabetização, considero que Rosinha foi a mais feliz das ilustradoras ao captar a essência de Quintana, dotando o livro de alegria e intensidade peculiares. Marília, na edição atual, apresenta ilustrações também divertidas, porém de matiz mais contida, cores bem mais suaves.
Contemporâneos – Dos autores contemporâneos, existe o “Alfabeto escalafobético – um abecedário poético” (Jujuba), de Claudio Fragata e Raquel Matsushita. Maluquete como o do Quintana, seu forte reside em explorar muitas palavras iniciadas com cada letra do alfabeto associadas a desenhos inusitados. Sobre a letra “N”’ diz “meu navio de jornal/ navega na enxurrada/ da Avenida Portugal/ É navio ou é nau”. Os desenhos acompanham graficamente as letras, cujo nome aparece sempre por extenso na página e depois recriado. Caso de “Efe”, construído com formigas e sempre presente em texto reiterado pela palavra “fim”.
“ABCenário” (Autêntica), de Alex Lutkus e Leo Cunha, brinca com objetos que lembram determinadas letras. No caso do cachimbo de Magrit, os autores juram que é jota, “sem jeito e sem juízo”. Há algo de surreal nos desenhos, como na lanterna do carro que se transforma em G (“gostaria de guiar pelo globo/ sem gastar gasolina”). O ilustrador criou as metáforas visuais e, somente depois, o autor do texto verbal inventou os jogos de palavra. Nele, se você pensa que a serpente enrolada relaciona-se com a letra “S”, errou. Ela refere-se ao “Q”, de “quietinha, quietinha... quem quer?”.
No Prêmio Jabuti a ser anunciado em novembro concorre, na categoria Ilustração, “Abecedário poético de frutas” (Rovelle), de Roseana Murray e ilustrações de Cláudia Simões. A escritora escolheu uma fruta cujo nome começa com uma letra do alfabeto para compor poemas, residindo apenas aí o jogo de associações. As ilustrações feitas com primor, na técnica da aquarela, apresentam dicção tradicional. Esse abecedário se faz temático, como ocorre com “ABC do Brasil”, da premiada Ana Maria Machado, ilustrado por Gonzalo Cárcamo, que explora as riquezas do País. Publicado pela SM, o livro faz parte de série que dedica ABCs à África, aos índios, ao Japão, ao mundo árabe e ao judaico, o último assinado por Moacyr Scliar. 
Para aqueles que gostam de apresentar novidades digitais para crianças, há o “ABC - Curumim já sabe ler” (Manati), com ilustrações de Mariana Massarani, organizado por Bia Heztel e Silvia Negreiros, destinado a Ipad, mas que também pode ser adquirido em formato impresso. Indicado para crianças a partir dos três anos, como leitura acompanhada, ele apresenta as letras e palavras com elas iniciadas, juntamente com desenhos, em diferentes graus de dificuldade.
Sofisticado – “Alfabarte” (Companhia das Letrinhas), de Anne Guéry e Olivier Dussutour, foi lançado este ano, com tradução de Eduardo Brandão. A partir de obras de arte de artistas da Idade Média até a contemporaneidade, os autores perguntam onde está determinada letra na imagem retratada. Mesmo para quem tem repertório em artes, o livro exige olhar de detetive, como identificar a letra “L” em “O vagabundo”, de Hieronymus Bosch, de 1510. Outras são mais simples, caso do “C” em “O corvo querendo imitar a águia”, de Marc Chagall, de 1947 (imagem acima publicada). Dadas essas dicas, boa diversão com as letrinhas.

A leitura em impressos para alfabetizar: 1786-2014

Autoras: Angelina Monteiro (PET/Educação) e Cristina Rosa
Em 2014 demos início a uma investigação acerca do conceito de “Leitura” em impressos para alfabetizar que abarcou 138 anos de ensino da leitura no Brasil. O objetivo era descobrir se havia conceitos  de leitura explícitos nos materiais. Se sim, como estariam registrados. Nos interessou também, conhecer se estes conceitos se complexificavam e/ou contradizem com o passar do tempo.
Para a pesquisa, utilizamos nosso acervo: cinquenta e oito diferentes exemplares de impressos. O Banco de dados pertence ao GPELHL (Grupo de Pesquisa “Escritas, Leitores e História da Leitura” - CNPq), que coordeno e os materiais (cartilhas, manuscritos, livros) foram adquiridos em 23 anos de docência no ensino superior dedicados à Alfabetização e ao Letramento. A referência, ou seja, o livro do qual partimos foi a Cartilha Maternal ou Arte de Leitura (DEUS, 1876), impressa em Portugal e posteriormente adaptada para as escolas brasileiras (século XIX). Ainda hoje é utilizada em Portugal. O último texto considerado foi o livro didático Porta Aberta (MEC, Guia de Livros Didáticos, 2013/ 2014).
A Metodologia, de cunho qualitativo, buscou conhecer, descrever e analisar se havia conceitos de leitura explícitos em documentos para alfabetizar utilizados no Brasil desde 1876. Os procedimentos adotados foram: 
  a) Leitura de todo o acervo;
  b) Transcrição dos conceitos referentes ao termo leitura;
  c) Categorização dos conceitos por ano/ período/ método;
  d) Análise dos conceitos;
  e) Elaboração de conclusões.
Nosso referencial teórico partiu de construtos teóricos importantes, entre eles, contribuições que indicam que compreender os significados da leitura em impressos para alfabetizar tem importância ímpar. Para Silva (2002), “A leitura é uma atividade essencial a qualquer área do conhecimento e mais essencial ainda à vida do ser humano. (...) está intimamente ligada com o sucesso acadêmico do ser que aprende; e contrariamente, à evasão escolar. (...) é um dos principais instrumentos que permite ao Ser Humano situar-se com os outros, de discussão e de crítica para se chegar à práxis. A leitura, possibilitando a aquisição de diferentes pontos de vista e alargamento de experiências, parece ser o único meio de desenvolver a originalidade e autenticidade dos seres que aprendem” (Ato de ler, de Ezequiel Teodoro da Silva, 2002,  p. 42-43).

Entre nossas preciosidades - alguns dos livros que temos são raros -
os conceitos de leitura encontrados foram:

Os conceitos encontrados:
1876 – “Interpretação sucessiva das letras simples ou compostas, certas ou incertas da palavra escrita; a leitura é a verdadeira soletração; só na leitura se dá aos caracteres o seu justo valor” (João  de Deus, 1876, Cartilha Maternal ou Arte de Leitura).
1915 - A leitura é de todas as artes a que menos custa, e a que mais rende” (Alfredo Clemente Pinto, 1915, 4º livro de leitura, 2ª série das leituras escolhidas);
1935 – “Ler não significa traduzir a linguagem escrita em linguagem falada; é entender, compreender, assimilar, sentir o trecho lido” (Olga Acauan & Branca de Souza, 1935, Queres ler?);
1942 – “A leitura, em vez de ser um simples mecanismo de decomposição e recomposição de palavras, é um exercício de idéias. (...) A par da decifração de símbolos gráficos, deve ser dado aos educandos bons hábitos, atitudes, habilidades e idéias, de modo a não só garantir-lhe interesse permanente pela leitura, como o bom uso que deve fazer dessa técnica, elevando o seu espírito através de uma cultura sempre renovada e superior” (FONSECA, A. Livro de Lili, Método global, 1942);
1978 – “Ler é aplicar um código para descobrir o que está escrito”, é “ser capaz de, diante de um texto escrito, combinar os símbolos de maneira a aprender o sentido do que está escrito” (SILVA, PINHEIRO e CARDOSO, Minha Abelhinha,1978);
2010 – “Leitura é um processo pelo qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção de significado do texto, a partir de seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo que sabe sobre sua língua...” (SEABRA e CAPOVILLA, Alfabetização: Método fônico, 2010).

Parte de nossas conclusões indicam que o conceito de leitura não está explícito na totalidade dos materiais investigados. Em apenas 56% das cartilhas, manuais e livros foi encontrado, explícita ou implicitamente o conceito de leitura, o que pode ser visto na imagem ao lado.

Além disso, esses conceitos apresentam diferenciados sentidos, entre eles:

"interpretação sucessiva das letras” (1876):
•“A leitura é uma arte" (1915);
•“Ler é entender, compreender, assimilar, sentir o trecho lido” (1935);
•“A leitura é um exercício de ideias” (1942);
•“Ler é aplicar um código para descobrir o que está escrito” (1978);
Leitura é um processo pelo qual o leitor realiza um trabalho...(2010);

Intrigante foi a quantidade de materiais que não expressam conceito de leitura (44%) e ainda, perceber que não há, no material pesquisado, uma linha crescente de complexidade entre os conceitos, podendo ser amplos ou restritos de acordo com diferenciados períodos da educação no país.

As referências de nosso trabalho são:
BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e leitura. São Paulo: Cortez, 1994.
CAGLIARI, Luís Carlos. Alfabetização & Linguística. SP: Scipione, 1993. 
FERREIRO, Emília e TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre: Artmed, 1999.
LOIS, Lena. Teoria e prática da formação do leitor: leitura e literatura na sala de aula. Porto Alegre, Artmed, 2010.
MANGUEL, Alberto. Uma história da Leitura. Tradução de Pedro Soares. São Paulo, Companhia das letras, 1997.
NEVES, Iara. Ler e Escrever: Compromisso de todas as áreas. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2003.
SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte, Autêntica, 1999. 
TEBEROSKY, Ana e COLOMER, T. Aprender a Ler e Escrever:  na Proposta Construtivista. Porto Alegre: Artmed, 2003.
ZILBERMANN, Regina e SILVA, Ezequiel Theodoro (orgs). Leitura:  Perspectivas interdisciplinares. São Paulo, Ática, 1999.


terça-feira, 7 de outubro de 2014

A volta de Orestes





Orestes voltou.
Lanhado e meio ressabiado, resolveu encarar Frederico.
Acompanhe suas aventuras em: https://onedrive.live.com/view.aspx?cid=706A75ED2FFCF172&resid=706A75ED2FFCF172%21213&app=WordPdf

Frederico e seus bichos de estimação

Leia, na íntegra, a mais nova aventura de Frederico, o Príncipe. Agora, foi seu bicho de estimação que sumiu...
Disponível em:
https://onedrive.live.com/view.aspx?cid=706A75ED2FFCF172&resid=706A75ED2FFCF172%21211&app=WordPdf


terça-feira, 23 de setembro de 2014

Imprensa noticia exposição Meu ABC

Assista o vídeos sobre a inauguração da Exposição Meu ABC, ocorrida em Porto Alegre em 17/12/2013.

O link é:
http://www.ebc.com.br/cultura/galeria/videos/2013/12/obra-rara-de-erico-verissimo-e-exposta-no-rio-grande-do-sul


quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Meu ABC, de Erico Verissimo em Santa Maria

A exposição Meu Abc, de Erico Verissimo foi inaugurada em 19/08/2014 na CESMA, em Santa Maria.


Lá, em um espaço adequado a exposições, houve um diálogo com o público, no qual pude apresentar trajetos de minha pesquisa e detalhes que as páginas de Meu ABC oferecem a quem estuda Abecedários. F
O Abecedário Meu ABC, de Erico Verissimo, foi publicado pela primeira vez em 1936 e hoje, existe apenas um exemplar, preservado no Setor de raros da Biblioteca Lucília Minssen, em Porto Alegre. Foi lá que pude conhecer, ler e fotografar o abecedário original, uma preciosidade preservada. 

Inverno sem pés descalços

Campanha realizada pelo Projeto de Extensão Leitura Literária na Escola.
O banner foi criação da Roberta Bohns.
Apoio: PET/Educação, Professores e Estudantes da FaE/UFPel.

Discurso de Posse na APL - 29/08/2014




ACADEMIA PELOTENSE DE LETRAS
ACADÊMICA: CRISTINA MARIA ROSA

Posse na Cadeira 16
Patrono: Antonio José Gonçalves Chaves
Paraninfa: Gilsenira de Alcino Rangel
Salão de Atos da Academia Pelotenses de Letras
Parque Dom António Zattera, 500
19 horas – 29 de agosto de 2014

 Confrades, autoridades, amigos, familiares, boa noite a todos. É emocionante estar aqui e receber, com o carinho imenso com que foi preparada, cada uma das homenagens que constituem essa cerimônia de posse. Obrigada a todos que se dedicaram a produzir esse momento em minha vida.
Ao tomar posse na Cadeira 16 de Academia Pelotense de Letras, cujo patrono é Antônio José Gonçalves Chaves, tenho por compromisso reapresentá-lo a todos nós. Para tal, recorri a dois estudiosos de nossas letras e costumes: Guilhermino César e Auguste de Saint-Hilaire e a suas obras: História da Literatura do Rio Grande do Sul (1737-1902), publicado pela Editora Globo, em 1956, e Viagem ao Rio Grande do Sul (1820-1821), publicado na Europa em 1887 e, cem anos depois, 1987, de forma completa no Brasil.
Guilhermino César reconhece[1] Gonçalves Chaves como o primeiro “natural da terra” a dar notícias profundamente circunstanciadas da “vida econômica, social e política” da Província e ressaltar o “estágio cultural dos rio-grandenses”. Ao indicar grande preocupação com a falta de escolas de primeiras letras, Gonçalves Chaves produziu um dado biográfico definidor em minha escolha por representá-lo, homenageá-lo, mantê-lo vivo, uma vez que sou eu uma professora de primeiras letras.
Nascido no ano de 1781, em São Tiago d’Ouro, Comarca de Chaves, o filho de Manuel José de Moraes e Izabel Maria Gonçalves chegou solteiro ao Brasil em 1805. De seu lugar de origem, Comarca de Chaves, incorporou mais um sobrenome aos recebidos em batismo. Afirmando, ainda jovem, que tinha apreço pela memória, por ser herdeiro, pelo pertencimento, nomeou-se Gonçalves – da mãe – e Chaves, da comarca onde nascera. Duas mães, a terra e a biológica. Interessante, muito interessante. Este, mais um dos dados de sua biografia que me tornam interessada em conhecê-lo melhor.   
Ao adotar o Brasil para viver e prosperar inventou-se navegador, escritor, político, charqueador. Suas Memórias Ecônomo-Políticas, citadas pelos dois estudiosos, foram publicadas no Rio de Janeiro. Em número de cinco[2], indicam que não era um marinheiro de primeira viagem. Resultado de dezesseis anos de observação e análise das peculiaridades locais do Rio Grande de São Pedro do Sul, produziu um riquíssimo relatório no qual também denuncia o “vazio encontrado na sociedade continentina, quanto à ilustração reclamada por seu crescimento e importância econômica”.
Referido como possuidor de uma “prosa singela”, Gonçalves Chaves registra a ausência de escolas para uma população de pouco mais de “106.000 almas no ano de 1823”. Em suas palavras: “Não nos consta que haja mais de três homens formados, naturais desta Província, e quatro meninos em Coimbra. Esta falta de gosto pelas ciências, não se pode ter, contudo como inaptidão para elas nos naturais” E busca argumentar, indicando que a inaptidão pelas ciências se devia, primeiro, à falta de escolas de primeiras letras[3] e, em segundo, à pouca idade da Província, informando que, apesar da opulência adquirida pelas famílias, estas “lamentavam ver seus filhos, já homens” inabilitados a “entrar em estudos” (1956, p. 68).
Para Guilhermino César, Antonio é um “tramontano da Vila de Chaves” que “radicou-se no Rio Grande em 1805 e, à margem do arroio Pelotas, montou uma charqueada, a mais próspera da capitania no seu tempo”. Guilhermino refere ainda, nestas notas biográficas retiradas das memórias de Gonçalves Chaves, a presença de Saint-Hilaire nesta charqueada.
Outra informação relevante a respeito de Chaves é seu caráter abolicionista, reconhecido pela proposição da extinção do tráfico de escravos e, em longo prazo, a abolição. Segundo relatos, Gonçalves Chaves considerava que “manter escravos num país continental era mais caro do que os alforriá-los e posteriormente tê-los como empregados”. Controversa, a sua proposição? Para a época, revolucionária.
E como registra sua existência quem o conheceu?
 “Margens do Rio Pelotas, 5 de setembro de 1820”. Com essas palavras é que se inicia o relato do conhecimento travado por Saint Hilaire com Antonio José Gonçalves Chaves, o Sr. Chaves. Em uma viagem de Iate que partiu de Rio Grande, o pesquisador europeu narra a passagem pelos canais de navegação da época, chegando ao “rio chamado Pelotas, em cujas margens” estava “situada a residência do Sr. Chaves”. E logo: “A viagem de hoje foi muito agradável. O Sr. Chaves é um homem culto, que sabe latim, francês, com leitura de História Natural e conversa muito bem. Pertence à classe dos charqueadores, fabricantes de carne seca. Os charqueadores compram o gado dos estancieiros; mandam matá-lo e retalhá-lo; a carne é salgada e, depois de seca, vendida aos comerciantes” (Saint-Hilaire (201, p. 79).
A estada de Saint-Hilaire na “Paroquia de São Francisco de Paula”, nossa atual Pelotas, se estendeu por dez dias. A “fotografia” que fez do local é peculiar: “nada mais belo que a região percorrida por nós; oferece vasta planície com alguns pontos ligeiramente ondulados. Por toda parte o terreno apresenta gramados com árvores e bosques esparsos, onde pastam cavalos e bois. Um grande número de belas casas cobertas de telhas aparece aqui e elai, tendo cada uma delas um pomar cercado de valas profundas, protegidas por um renque de bromeliáceas. (...) O aspecto da região recorda tudo que a Europa tem de mais pitoresco: os pomares, onde só se veem árvores novas, e as casas recém construídas dão a essas regiões um ar de frescura e novidade que ainda mais a embeleza” (SAINT-HILAIRE, 1987, p. 80-81).
Em 11 de setembro, há um interessante apontamento no diário de Saint-Hilaire que, incorporado .
Pioneiro da navegação a vapor, Domingos José de Almeida também foi membro do Conselho Geral da Província e segundo deputado mais votado à Primeira Legislatura da Assembléia Legislativa Provincial do Rio Grande do Sul (1835), com o início da Revolução Farroupilha, filiou-se ao lado Republicano. Após o assassinato do preceptor de suas filhas, na Charqueada São João, retirou-se para o Uruguai, onde estabeleceu outra charqueada. Em 1938, faleceu em um naufrágio por causa de um temporal, no Uruguai. Sobrevivendo à Revolução Farroupilha (1835-1845) afastou-se para sua propriedade e daí para Montevidéu, onde montou nova charqueada. Morreu em um naufrágio em 1838.

O legado de Antônio José Gonçalves Chaves: a Charqueada São João
Localizada na Estrada da Costa, 500, às margens do arroio Pelotas, hoje Bairro Areal, a charqueada foi construída em 1810. Em estilo colonial português é uma propriedade ampla, na qual se pode conhecer a opulência do período, 204 anos depois.
Um dos principais pontos turístico da cidade, a Charqueada tem importância histórica e cultural: registra um tempo e um modo de vida, informa e restitui o passado, reapresenta um Rio Grande do Sul que não mais existe, embora reverbere ainda em nomes, ruas, livros, poemas e registro jornalísticos parte de seus acontecimentos ali ocorridos. Vale a pena conhecer esse europeu/brasileiro, navegador sul-americano, republicano farroupilha, charqueador pelotense. Um homem à frente de seu tempo como alguns que conhecemos e nem sempre, admiramos no tempo certo.
Obrigada


Referências:
CESAR, Guilhermino. História da Literatura do Rio Grande do Sul (1737-1902). Porto Alegre: Editora Globo, 1956.
SAINT-HILAIRE, Auguste. Viagem ao Rio Grande do Sul (1820-1821). Porto Alegre: Martins Livreiro Editor. 2002.



[1] No capítulo III de “História da Literatura do Rio Grande do Sul (1737-1902)”, intitulado “Dos precursores ao início da literatura escrita”, entre as páginas 65 e 116, Guilhermino César apresenta traços biográficos dos primeiros rio-grandenses autores de livros impressos. Entre eles, o Antônio José Gonçalves Chaves e suas Memórias Ecônomo-Políticas.
[2] A 1ª, 2ª e 3ª foram publicadas na Tipografia Nacional no Rio de Janeiro, em 1822; a 4ª, idem, em 1823 e a 5ª, na Tipografia de Silva Pôrto e Companhia, no Rio de Janeiro, 1823.
[3] Nas palavras de Gonçalves Chaves: “em toda esta província até 1820 havia uma única sala de Latim, a de Porto Alegre, que não havia uma escola de primeiras letras paga pelo Estado em toda a Província. Em 1821 abriu-se uma aula de filosofia racional em Porto Alegre, e duas de Latin: no Rio Grande e no Rio Pardo. E as aulas de primeiras letras que se mandavam criar nas freguesias, ninguém as tem querido? Porque o honorário é só de 100.000 e com menos de 400.000 não se pode achar um mestre”.

Academia Pelotense de Letras

No dia 29/08/2014, fui empossada na Academia Pelotense de Letras.
Passei a ocupar a Cadeira 16, originalmente pertencente a Antônio José Gonçalves Chaves.


Pertencer à Academia é uma responsabilidade: com as letras, com a educação, com a história.
E, também, um festa partilhada com amigos e com as letras.

Ao tomar posse na Cadeira 16 de Academia Pelotense de Letras, cujo patrono é Antônio José Gonçalves Chaves, tive por compromisso reapresentá-lo a todos nós. Para tal, recorri a dois estudiosos de nossas letras e costumes: Guilhermino César e Auguste de Saint-Hilaire e a suas obras: História da Literatura do Rio Grande do Sul (1737-1902), publicado pela Editora Globo, em 1956, e Viagem ao Rio Grande do Sul (1820-1821), publicado na Europa em 1887 e, cem anos depois, 1987, de forma completa no Brasil.
Aplaudida pelo Confrades, recebi o aval para integrar o grupo e passar a trabalhar pela literatura na Cidade de Pelotas.















Meu ABC em Belo Horizonte

A abertura da Exposição Meu ABC, de Erico Verissimo em Belo Horizonte ocorreu no dia 31/07/2014. O espaço ArtEducação, na Faculdade de Educação da UFMG foi escolhido pelo fluxo de estudantes, professores e pesquisadores da área da educação.

Na abertura, a presença de colegas e queridos amigos, entre eles, Gil, Célia Belmiro, Lalu, Zélia Versiani e Luis Camargo.










Clássico: o que é isso?



Na aula de Literatura Infantil II (Licenciatura me Pedagogia da FaE/UFPel) ocorrida em 17/09/2014, uma das estudantes perguntou:
- Professora, o que é um clássico?
Respondi para ela, mostrei alguns dos livros que havia levado, indiquei algumas das características de um texto clássico.  E fiquei pensando. Por que não escrever um pequeno texto sobre isso? Vamos a ele.
Ao buscar apoio entre os teóricos, encontrei um pequeno e claro texto do Sergius Gonzaga[2]. Ele busca delimitar ou mesmo circunscrever alguns “traços definidores do que hoje se considera um texto clássico”. Para ele, a primeira característica é a atemporalidade, ou seja, clássica é uma obra que ultrapassa “o seu tempo, persistindo de alguma maneira na memória coletiva e sendo atualizada por sucessivas leituras, no transcurso da história”. 
Outra das características mencionadas por Gonzaga em seu texto é presença, nos clássicos, de “paixões humanas de maneira intensa, original e múltipla” e serem obras que “registram e simultaneamente inventam a complexidade de seu tempo. A linguagem é outra das características marcantes e definidoras de uma obra clássica, de acordo com Gonzaga. Para ele, nas obras clássicas há a presença de “formas de expressão inusitadas, originais e de grande repercussão na própria história literária.
Por serem “obras de reconhecido valor histórico ou documental, mesmo não alcançando a universalidade inconteste”, autores nacionais ou mesmo regionais podem ser considerados clássicos e, no Rio grande do Sul, João Simões Lopes Neto pode ser considerado um deles. Para Gonzaga, ainda, “talvez a característica fundamental de uma obra clássica seja a sua inesgotabilidade”, ou seja, a capacidade que um livro tem de permanecer interessante, novo a cada leitura, múltiplo, tendo sempre algo a nos dizer. Ele cita Calvino (1993) para corroborar sua afirmação: "Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer".
Para o estudioso, um “clássico é fundamental também pelo efeito que deflagra na consciência do leitor” e, de acordo com esse olhar, propões que o consideremos, “simultaneamente” como “forma única de conhecimento”, “utilização da linguagem de uma maneira exemplar, original e inesperada” e “um conjunto de revelações, idéias e sentimentos que têm a propriedade de durar na memória mais do que outras manifestações artísticas”.
 E na literatura para crianças, o que são considerados clássicos?
Na literatura escrita para as crianças, atualmente, são reconhecidos como clássicos os Contos de Fada, também nomeados Contos Maravilhosos ou Contos de Encantamento. São as narrativas compiladas da oralidade por Charles Perrault (1628-1703) e pelos Irmãos Grimm – Jacob (1785-1863) e Wilhelm (1786-1859) – e as narrativas criadas por Hans Christian Andersen (1805-1875), preponderantemente.
Quais as características desses contos maravilhosos que os tornam clássicos? Com certeza, a longevidade, a presença intensa e concomitante nas infâncias desde então. São narrativas que persistem na “memória coletiva” e tem sido atualizados “por sucessivas leituras” e mesmo recontações e reescrituras.
Outra das características dos contos maravilhosos que os tornam clássicos é a abordagem de temas humanos, como o amor, e nele a inveja, o ciúme, as disputas e as violações e o medo – do abandono, da solidão, da crueldade e da morte, entre outros. Esses “temas”, tratados “de maneira intensa, original e múltipla” encantam, produzem o desejo de serem desvendados, desvelados desde tenra idade.
Ao registrar e simultaneamente inventar “a complexidade de seu tempo”, os contos maravilhosos revelam a infância que havia em priscas eras, e as tramas que a ela eram pertinentes. Mesmo tendo se passado trezentos e dezessete anos de sua primeira grafia conhecida (PERRAULT, 1697), o memorável encontro de Chapeuzinho Vermelho com o Lobo Mau parece ser absolutamente passível de acontecer. Hoje. E em um matinho qualquer, a caminho do Laranjal. E é isso que o torna clássico: indica uma infância possível: ingênua, no limite entre a curiosidade e o perigo.
Uma obra, para ser considerada clássica precisa, também, criar formas de expressão “inusitadas, originais e de grande repercussão na própria história literária”. Neste caso, a clássica expressão “Era uma vez...”, que abre grande parte dos contos, além de original, tem grande impacto na memória afetiva de gerações, sendo empregada sempre que se quer anunciar a leitura ou mesmo o mistério.
Os clássicos – compilados e/ou inventados pelos autores acima citados – são obras “de reconhecido valor histórico ou documental”, integrando a história da língua dos países de origem bem como retratos de um tempo e de um modo de pensar não apenas a infância. Pela qualidade, diversidade e contribuição à dicionarização da língua, sua filologia e mesmo memória oral, os contos registrados pelos irmãos Grimm, por exemplo, são considerados patrimônio cultural[3].
Outra importante razão para os contos encantados serem considerados clássicos é sua “inesgotabilidade”, ou seja, é possível fazer diferenciadas e infindáveis leituras de uma mesma narrativa. Leituras e recontos, vide as inúmeras versões hoje conhecidas de algumas das narrativas.
No Brasil, podem-se considerar clássicas as narrativas de Monteiro Lobato, pois possuem as características que Ítalo Calvino ressalta como indispensáveis ou mesmo componentes de um clássico: possuem longevidade, tratam temas humanos com intensidade, registram e simultaneamente inventam a complexidade de seu tempo, criaram formas de expressão inusitadas, originais e de grande repercussão, tem valor histórico e documental e oferecem uma possibilidade inesgotável de leituras...
No entanto, diferentemente dos clássicos universais, há algumas características que aparecem preponderantemente em textos literários para a infância. Quais são? Entre muitas das características que definem ou mesmo organizam um texto para que ele seja considerado como pertencente ao campo da arte literária infantil está a presença da magia ou de um elemento mágico, a necessidade da imaginação ou faz-de-conta, a ancestralidade ou pertencimento, a localização geográfica e temporal indefinida ou tempo/espaço inexistente, a literariedade ou linguagem metafórica e a ludicidade ou mentira/verdade.
Assim, textos literários infantis são textos que estabelecem uma conexão imediata com a imaginação, com o mundo que existe como desejo, possibilidade. O texto literário nos remete a situações inusitadas e podemos, através dele, transgredir (a ordem, as leis, as regras, as idades) ou mesmo só pensar que se faz isso. Através dele podemos brincar de ser outro, mais novo, mais velho, com poder, sem nenhum, com muito ouro, com quase nada...
Textos literários infantis são também textos que apresentam vínculo com a ancestralidade, com nossa condição de humanos em sociedade. O texto literário nos faz pertencer e nos ensina que, um dia, em torno do fogo, ouvíamos e contávamos e, desse modo, inventávamos a linguagem...
Textos literários infantis são os que prevêem a existência de elementos mágicos, fantásticos, inverossímeis que, na trama, são absolutamente possíveis de existir, como a pó de pirlimpimpim... São textos caracterizados pela presença de linguagem metafórica e em alguns casos, de palavras ou expressões inventadas, que produzem tamanho efeito no leitor que ele acaba acreditando nelas, vivendo-as, multipicando-as. Como exemplo, temos o invencível traço de Eva Furnari e seu Pandolfo: "No reino da Bestolândia, havia um jovem príncipe chamado Pandolfo. Pandolfo nada entendia de amor ou amizade...". Pronto, já entrei no reino, visualizei Pandolfo, ele é jovem, não entende nada de amor ou amizade, o reino existe e quero saber o que será dito na próxima página. É Eva Furnari e suas invencionices. Literatura pura, da mais alta qualidade.
Textos literários infantis são brinquedos inventados por nós, através de um mecanismo incrível, o nosso cérebro e nossa imaginação. Não há máquina que imite, é criação pura, invencionice, bobices e gostosuras, como diz Fanny Abramovich. Doce e útil, a literatura tem o compromisso de encantar o leitor e, ao mesmo tempo, torná-lo mais culto, mais perspicaz, mais inteligente, mais curioso... A obra literária não tem a tarefa de informar, embora possa fazer isso, não tem a tarefa de educar, apesar de poder. Tem compromisso com a imaginação, a emoção, a estética...
Simples assim...
Punto e basta!







[1] Docente na FaE/UFPel, coordena o ALFABETA desde 2004 e o GEELHL desde 2009.
[3] Os manuscritos do primeiro volume dos Contos de Fada para o Lar e as Crianças (1812) dos irmãos Grimm foram reconhecidos pela UNESCO como patrimônio cultural da humanidade. Jacob e Wilhelm são considerados cofundadores da Germanística, pois eram colecionadores de textos da tradição popular escrita e falada, filólogos, historiadores de direito e políticos. Integral em: http://www.brasil.diplo.de/Vertretung/brasilien/pt/__pr/Nachrichten_20Archiv/02.05.13_20contos_20de_20fadas.html

Alfabeteando...

Um "Alfabeto à parte" foi criado em setembro de 2008 e tem como objetivo discutir a leitura e a literatura na escola. Nele disponibilizo o que penso, estudos sobre documentos raros e meus contos, além de uma lista do que gosto de ler. Alguns momentos importantes estão aqui. 2013 – Publicação dos estudos sobre o Abecedário Ilustrado Meu ABC, de Erico Verissimo, publicado pelas Oficinas Gráficas da Livraria do Globo em 1936; 2015 – Inauguração da Sala de Leitura Erico Verissimo, na FaE/UFPel; 2016 – Restauro e ambientação da Biblioteca na Escola Fernando Treptow, inaugurada em 25 de novembro; 2017 – Escrita da Biografia literária de João Bez Batti, a partir de relatos pessoais. Bilíngue – português e italiano – tornou-se um E-Book; 2018 – Feira do Livro com Anna Claudia Ramos (http://annaclaudiaramos.com.br/). 2019 – Produção de Íris e a Beterraba, um livro digital ilustrado por crianças; 2020 – Produção de Uma quarentena de Receitas, um livro criado para comemorar a vida; 2021 – Ruas Rosas e Um abraço e um chá, duas produções com a UNAPI; 2022 – Inicio de Pesquisa de Pós-Doutorado em acervos universitários. Foco: Há livros literários para crianças que abordem o ECA? 2023 – Tragicamente obsoletos: Publicação de um catálogo com livros para a infância.

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