sexta-feira, 25 de junho de 2021

Invadam a Biblioteca Escolar!

 


Parte IV – Agradecendo...

Cristina Maria Rosa

Por que devemos ler literatura para as crianças na escola[1]?

Na Universidade, a formação de leitores ocorre em um processo muito parecido com a formação de leitores na sociedade (com crianças, jovens e adultos e até idosos). Todos aprendendo, todos os dias, a gostar mais de ler.

Então, provavelmente o meu modo de agir com relação ao texto literário e com as pessoas que me cercam, é muito parecido. Embora eu use, obviamente, uma linguagem adequada para cada público.

Ao me dirigir a vocês, colegas de profissão e aos demais professores, colegas de exercício profissional, para dizer a vocês que a leitura é fundamental, primordial, é à base do ensino na escola. E, se soubermos encantar as crianças pela leitura, o restante que é necessário ser aprendido na escola fica muito fácil.

Então não lutem contra vocês mesmos. Não briguem contra o exercício profissional de vocês. Urgente: Se qualifiquem. A biblioteca tem livros! Convidem a diretora, convidem todos os professores da escola, invadam a biblioteca e descubram as preciosidades que lá estão!

Se as crianças de vocês, ao final de um ano escolar conseguirem lembrar de nomes de autores, de tramas de textos, de desfechos e enigmas, de ilustradores destes livros, elas estarão no caminho do letramento literário, expressão tão cara à escola no Brasil. A leitura de bons textos interdita o descaso. O envio de bons textos para as casa das crianças indica aos pais que o dinheiro púbbliuco está sendo bem empregado. Não desistam. Insistam!

Uma leitura...

Escolhi, também, para ler para vocês um texto novo. 

Um misto entre ilustração de altíssima qualidade e texto instigante: ou seja, um exemplar moderníssimo do que vem sendo considerada Literatura para crianças no Século XXI no Brasil. O título é O colecionador de Chuvas e seu autor é André Neves.

E escolhi indicar, também, Roupa de Brincar, de Eliando Rocha e Elma, um livro que trata de tema muito caro e profundo: a morte. Por que não falar nela? Por que não nos qualificarmos para sermos os adultos que consolam e sabem indicar aos pequenos o que fazer quando perdemos um ente querido? Por fim, escolhi ler para vocês Por quer, só por querer, inserido no livro “Como uma carta de amor”, de Marina Colasanti.

Agradecer...

Quero afirmar a vocês que me leem, que estamos no mesmo barco. Todos nós, professores brasileiros, estamos juntos; e o meu saber é para nós. Os nossos saberes são nossos, para as nossas crianças.

Esse Brasil que nós queremos, diferente, mais culto, mais inteligente, passa pelas nossas mãos. Não percam essa oportunidade, não abandonem as crianças. Apresentem a elas o que nós temos de melhor e o que nós temos de melhor, é a nossa Literatura na Escola.

Nosso modo de abraçá-las é apresentando a Literatura, por que ela é de altíssima qualidade. Não deixem de aproveitar essa oportunidade. Um ano sem textos literários, é um ano sem textos literários.

Pode ser um ano com textos literários!

Obrigada!


Para conhecer os demais textos, clique em:

http://crisalfabetoaparte.blogspot.com/2021/06/por-que-ler-literatura.html

http://crisalfabetoaparte.blogspot.com/2021/06/lendo-literatura-diante-das-telas.html

http://crisalfabetoaparte.blogspot.com/2021/06/pessoas-nao-podem-ser-substituidas.html




[1] Texto produzido a partir de Conferência realizada a professores da rede pública municipal a convite do Pedagógico SMED. Pelotas, 13 de maio de 2021. Agradeço à Luzia Helena Brandt Martins pela transcrição.

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Alfabeteando...

Um "Alfabeto à parte" foi criado em setembro de 2008 e tem como objetivo discutir a leitura e a literatura na escola. Nele disponibilizo o que penso, estudos sobre documentos raros e meus contos, além de uma lista do que gosto de ler. Alguns momentos importantes estão aqui. 2013 – Publicação dos estudos sobre o Abecedário Ilustrado Meu ABC, de Erico Verissimo, publicado pelas Oficinas Gráficas da Livraria do Globo em 1936; 2015 – Inauguração da Sala de Leitura Erico Verissimo, na FaE/UFPel; 2016 – Restauro e ambientação da Biblioteca na Escola Fernando Treptow, inaugurada em 25 de novembro; 2017 – Escrita da Biografia literária de João Bez Batti, a partir de relatos pessoais. Bilíngue – português e italiano – tornou-se um E-Book; 2018 – Feira do Livro com Anna Claudia Ramos (http://annaclaudiaramos.com.br/). 2019 – Produção de Íris e a Beterraba, um livro digital ilustrado por crianças; 2020 – Produção de Uma quarentena de Receitas, um livro criado para comemorar a vida; 2021 – Ruas Rosas e Um abraço e um chá, duas produções com a UNAPI; 2022 – Inicio de Pesquisa de Pós-Doutorado em acervos universitários. Foco: Há livros literários para crianças que abordem o ECA? 2023 – Tragicamente obsoletos: Publicação de um catálogo com livros para a infância.

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