segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Selma, de Jutta Bauer

 

O gosto pelas coisas simples ou por que ler Selma, de Jutta Bauer...

Cristina Maria Rosa

Jutta Bauer é autora e ilustradora premiada. Nascida em Hamburgo em 1955, tem merecido várias distinções e prêmios. Um deles, o Hans Christian Andersen – o Nobel da Literatura.

Com tradução de Marcus Mazzari, a edição da Cosac Naify, no Brasil, ocorreu em 2008. Com 56 páginas, Selma tem 11 cm de altura, 15 cm de largura e pesa 100 gramas. 

Sim, é um livrinho...

Não dentro.

Quando se abre, Selma apresenta conteúdo, linguagem e ilustração que o torna imenso. Ou, sem possiblidade de ser dimensionado. Isso pode ser dito de livros que têm o silêncio – contemplativo, extasiado, filosófico, até – como resultado da leitura.

Durante.

E após...

É considerado um livro de literatura. É vendido como um livro de literatura infantil. Alguns o nomeiam como uma narrativa; outros, como uma novela. Eu o chamo de arte literária.

 Quer conhecer a sinopse em espanhol?


Selma es una oveja lista y sensible que todos los dias come bien, se ejercita, platica con los ninos, conversa con su amiga y duerme bien. Si tuviera mas tiempo, haria lo mismo, y si ganara la loteroa? Seguiria haciendo lo mismo!, pues ha conquistado ya la felicidad, el gusto por las cosas simples que llenan la vida.

Historieta

A primeira vez que li Selma foi em uma livraria. Penso que foi em Belo Horizonte, quando realizava um pós-doutorado com a Graça Paulino.

Não lembro qual livraria...

Teria sido a Quixote[1]?

Me abracei na obra e saí com ela.

Deveria ter comprado dez exemplares.

Comprei só um e este, com o tempo, desapareceu.

Para tê-lo novamente me minha biblioteca, tive que buscá-lo em outras línguas, pois a editora brasileira já não mais existe. E os exemplares de Selma, em português, raríssimos, estão em preços impraticáveis.

Nas aulas de literatura que ofereço na UFPel, causo entre os e as alunas presentes, ao ler, a sensação de “não vivo mais sem este livro”!

Se leres Selma, vais entender...



[1] Em Belo Horizonte há duas Quixote - Livraria e Café: uma na Pampulha (Prédio da FaFiCH, sala 1032 - 1º andar no Campus UFMG) e outra na Savassi (Fernandes Tourinho, 274). Conheci-as e comprei livros em ambas. Mas há, também, o livreiro que atua na Faculdade de Educação há anos, o William Livros (wegmg@uai.com.br ou williamfae@gmail.com).


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Alfabeteando...

Um "Alfabeto à parte" foi criado em setembro de 2008 e tem como objetivo discutir a leitura e a literatura na escola. Nele disponibilizo o que penso, estudos sobre documentos raros e meus contos, além de uma lista do que gosto de ler. Alguns momentos importantes estão aqui. 2013 – Publicação dos estudos sobre o Abecedário Ilustrado Meu ABC, de Erico Verissimo, publicado pelas Oficinas Gráficas da Livraria do Globo em 1936; 2015 – Inauguração da Sala de Leitura Erico Verissimo, na FaE/UFPel; 2016 – Restauro e ambientação da Biblioteca na Escola Fernando Treptow, inaugurada em 25 de novembro; 2017 – Escrita da Biografia literária de João Bez Batti, a partir de relatos pessoais. Bilíngue – português e italiano – tornou-se um E-Book; 2018 – Feira do Livro com Anna Claudia Ramos (http://annaclaudiaramos.com.br/). 2019 – Produção de Íris e a Beterraba, um livro digital ilustrado por crianças; 2020 – Produção de Uma quarentena de Receitas, um livro criado para comemorar a vida; 2021 – Ruas Rosas e Um abraço e um chá, duas produções com a UNAPI; 2022 – Inicio de Pesquisa de Pós-Doutorado em acervos universitários. Foco: Há livros literários para crianças que abordem o ECA? 2023 – Tragicamente obsoletos: Publicação de um catálogo com livros para a infância.

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