No dia 08/08/2022, participei na Banca de Pós-Graduação da Estudante: Ieda Maria Kurtz de Azevedo. Ela estava defendendo seu TCC intitulado “UMA ESCOLA LEITORA: A LEITURA E O INCENTIVO À FORMAÇÃO DE NOVOS LEITORES" diante do IFSUL - CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM EDUCAÇÃO
Em meu parecer escrevi:
“No trabalho intitulado “UMA ESCOLA LEITORA: A LEITURA E O INCENTIVO
À FORMAÇÃO DE NOVOS LEITORES, de Ieda Kurtz, observei, como pontos importantes
e necessários:
1. O intuito de compreender se professores conhecem o PNBE, se
utilizam esse acervo em suas práticas de promoção da leitura e, ainda, a
relevância do projeto de formação de professores “Uma Escola Leitora”,
desenvolvido em uma escola pública municipal para formação de professores dos
anos iniciais;
2. A escolha do Discurso do Sujeito Coletivo (Lefèvre e Lefèvre,
2005) como metodologia de análise dos dados;
3. Os resultados da investigação que indicaram a importância da
leitura, a reflexão sobre a experiência leitora pessoal e profissional dos
envolvidos, a referência de novos aprendizados de como trabalhar o incentivo à
leitura, o conhecimento de títulos e autores específicos e o que considerar na
escolha de um bom livro. Se a competência em leitura, na contemporaneidade, é
imprescindível em diversas situações, a questão maior é, sempre: onde
aprendemos a ler? Onde aprendemos a gostar de ler?
Partilho da ciência que a tarefa primordial de professores na
escola é ensinar os sujeitos a amarem a literatura, pois nós, adultos e
letrados, conhecemos o valor e o poder dos livros, de seus conteúdos, de suas
possibilidades. Cabe a nós, portanto, estabelecer e fortificar pontes entre o
acervo disponível nas escolas e os estudantes. Infelizmente, ainda, em muitas
escolas, os profissionais responsáveis pelo trabalho com a leitura, a
literatura e a biblioteca não gostam de ler, não são capacitados para ensinar
crianças a respeitarem, aprenderem e amarem a literatura, porta para outras
leituras. Com a pesquisa realizada pela Pedagoga e Especializanda Ieda Kurtz,
percebi que muitos, ainda hoje, não acessaram saberes em cursos de formação de
professores, apesar de reconhecer o valor e a relevância da leitura para o
desenvolvimento do educando. Assim, precisam aprimorar-se em cursos
posteriores.
O projeto “Uma Escola Leitora” – lócus do estudo/pesquisa da Ieda,
foi projetado por uma Coordenadora Pedagógica, oportunizado a professores em
2019 e teve como objetivo o desenvolvimento de práticas de leitura mais
intensas e qualificadas. Foi apoiado pelo PET Educação da FaE/UFPel que, em
reuniões por quase um ano, apresentou sua formação leitora ou, em outras
palavras, narrou como, quando e através de que textos se tornou leitor. Que
bela ideia! Mas, se não houvesse o professor – um “sujeito da formação permanente
e acelerada, da constante atualização, da reciclagem sem fim” (LARROSA 2002) –,
não poderíamos estar aqui dialogando sobre os efeitos dessa proposta.
Foram as professoras e os professores aceitaram ouvir.
Foram elas e eles que acreditaram...
Em um dos depoimentos, um efeito da proposta ou “pensar a experiência”
foi revelado: “A formação foi de extrema relevância. Muito importante, a
leitura é tudo. É preciso escutar e trocar com leitores distintos para que se
possa pensar sobre a nossa experiência. Configura-se como um momento de diálogo
coletivo e reflexão pessoal enquanto formadores de leitores”. Em outro, a
evidência dos critérios de escolha das obras: “Novas sugestões de como
trabalhar a leitura, muito aprendizado. Desenvolver nos alunos o hábito pela
leitura. Ampliou meus conhecimentos sobre títulos eautores específicos e,
também no aspecto de quais elementos considerar na escolha de um bom livro”.
Por fim...
A partir da análise dos resultados percebe[1]se, nas palavras da Ieda, que “os professores
compreenderam que promover e incentivar a leitura e a literatura na escola é
dever de todos os professores que tem contato com os estudantes, não apenas dos
profissionais destinados hora do conto ou os que atuam na biblioteca”. Tomara
que isso permaneça! Penso que a escolha por um formulário online construído no
Google Forms, composto por quatro questões sobre a participação no projeto e a
posterior análise capacita Ieda a falar/escrever sobre o sucesso desse processo
formativo e alicerça suas referências teóricas e metodológicas como formadora
de leitores. Parabenizo a estudante e sua orientadora!
Pelotas, 08 de agosto de 2022.
Cristina Maria Rosa - Pedagoga – Doutora em Educação, Docente
Titular na FaE/UFPel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário