sábado, 9 de julho de 2016

O que é poesia?

Poesia é insatisfação, é síntese, é a busca da forma, a dosagem das palavras, é a luta amorosa com as palavras, de acordo com Mario Quintana. A matéria-prima do poeta é a emoção e suas ferramentas são as palavras. Como um escultor que extrai de um bloco a forma sonhada, o poeta pode transgredir as normas: da gramática, do léxico.
A poesia é uma incógnita até mesmo para o poeta que, ao sentir, se expressa. E de forma tão inusitada, que até ele, não raro, se surpreende com o resultado. Para o poeta, escrever – fazer poesia – é sinônimo de expressar-se. E a escrita tem apenas um compromisso: fazer sentido para ele, poeta, primeiro. Não há, na escrita poética, preocupação em escrever para os outros, em representar os demais humanos.
O poeta torna-se completo quando escreve. O leitor, no entanto, o reconhece como “poeta” quando sente tão profundamente o lido como “suas palavras”. Ou melhor: “seus sentimentos”. Não raro, o leitor apresenta o poeta a outros leitores com frases como: “Era isso que eu queria dizer, é isso que eu sinto, essa forma de escrita me emociona, ele me representa...”..
Para encerrar, deixo uma das criações de nosso poeta insuperável: Mário Quintana. Este, Os Poemas, foi publicado em “Mario Quintana — Poesia Completa”, pela Editora Nova Aguilar. 

Os Poemas
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.

Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti…

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Alfabeteando...

Um "Alfabeto à parte" foi criado em setembro de 2008 e tem como objetivo discutir a leitura e a literatura na escola. Nele disponibilizo o que penso, estudos sobre documentos raros e meus contos, além de uma lista do que gosto de ler. Alguns momentos importantes estão aqui. 2013 – Publicação dos estudos sobre o Abecedário Ilustrado Meu ABC, de Erico Verissimo, publicado pelas Oficinas Gráficas da Livraria do Globo em 1936; 2015 – Inauguração da Sala de Leitura Erico Verissimo, na FaE/UFPel; 2016 – Restauro e ambientação da Biblioteca na Escola Fernando Treptow, inaugurada em 25 de novembro; 2017 – Escrita da Biografia literária de João Bez Batti, a partir de relatos pessoais. Bilíngue – português e italiano – tornou-se um E-Book; 2018 – Feira do Livro com Anna Claudia Ramos (http://annaclaudiaramos.com.br/). 2019 – Produção de Íris e a Beterraba, um livro digital ilustrado por crianças; 2020 – Produção de Uma quarentena de Receitas, um livro criado para comemorar a vida; 2021 – Ruas Rosas e Um abraço e um chá, duas produções com a UNAPI; 2022 – Inicio de Pesquisa de Pós-Doutorado em acervos universitários. Foco: Há livros literários para crianças que abordem o ECA? 2023 – Tragicamente obsoletos: Publicação de um catálogo com livros para a infância.

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