quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Literatura e escola: um direito das crianças


Literatura, Escola e Extensão Universitária

Cristina Maria Rosa

 

Ao apresentar, hoje, 19 de outubro, seu trabalho intitulado “Um espaço literário infantil: Instituto Estadual de Educação Assis Brasil”, Mateus Valadão de Souza brilhou. Junto com Darlan Porto da Rosa Junior, os dois estudantes da Universidade Federal de Pelotas integram o corpo de apresentadores na SIIEPE, a semana integrada de Inovação, Ensino, Pesquisa e Extensão da UFPel.

Na ocasião, eu, orientadora de Mateus e Darlan, fui substituída competentemente pela Adriana Schüller Cavalli, a quem agradeço.

Adriana e Mateus

Foco

Criar e desenvolver um projeto de extensão que visa “a consolidação de um espaço literário infantil no Instituto Estadual de Educação Assis Brasil” foi o intuito dos estudantes.

Idealizado a partir do Estágio em Gestão – disciplina obrigatória da Licenciatura em Pedagogia (FaE/UFPel) – e apoiado pela tutora do PET Educação, professora Cristina Maria Rosa, a proposição em como foco a literatura e letramento literário.

IEEAB

Instituição que, historicamente, tem forte relação com a formação de professores em Pelotas, o Assis Brasil, como é conhecido, é uma das primeiras escolas do Município a proporcionar o Curso Normal. Localizada no centro da cidade, pode ser considerada cosmopolita por receber e educar pessoas de diferentes lugares do RS.

A proposta de criação de um espaço literário infantil surgiu através do contato com a escola de grande dimensão em um momento de enfrentamento de desafios: período histórico e político de desvalorização dos servidores e das instituições públicas e em um tempo ainda muito marcado pela pandemia da COVID 19.

Crianças

A consideração das crianças como atores sociais de pleno direito – estatuto de ator social – revigorou a proposição. Crianças têm o direito de ler. Este, um princípio. A escola é um ligar privilegiado e dotado desta funcionalidade. Assim...

A criação de um “espaço literário" partiu da ideia de inserir todas as crianças na cultura do letramento, tanto literário como o vinculado a práticas de alfabetização. No entanto, associar a leitura literária ao prazer é um engano, pois ninguém nasce gostando ou não de ler. É preciso despertar nos sujeitos a paixão por esta habilidade.

Nesse aspecto, importante considerar o termo alfabetização literária. Rosa (2015) conceitua o termo como sendo “um processo de apresentação do mundo da literatura a todos”. Além disso, elenca a importância da “elaboração e produção de um processo saboroso, articulado e intencional de apresentação do livro literário ao leitor iniciante” (ROSA, 2016). Para que a alfabetização literária aconteça, a pesquisadora aponta como imprescindível, “um futuro leitor, um mediador e um livro” (ROSA, 2015).

Direitos humanos

O crítico de cultura CANDIDO (1970) na defesa dos direitos humanos, aborda uma relação que é histórica no questionamento daquilo que é compressível e incompressível, ou seja, aquilo que socialmente é discutido e elaborado como necessário ou não dentro da sociedade. Principalmente levando em consideração que grupos de pessoas em vulnerabilidade ou minorias sociais tem constantemente suas necessidades humanas reduzidas a um lugar apenas material. A arte e a literatura na sua mais ampla conceituação encontram-se nesse paradoxo e a sua democratização esbarra na mais profunda crença de sua necessidade dentro da sociedade.

A luta pelos direitos humanos pressupõe a consideração de tais aportes e, nos aproximando do tema deste projeto, os consideramos “bens” não apenas os que asseguram a sobrevivência física em níveis decentes, mas os que garantem a integridade mental, cultural, espiritual. Parafraseando Candido (1970), “[...] a alimentação, a moradia, o vestuário, a instrução, a saúde, a liberdade individual, o amparo da justiça pública, a resistência à opressão” são direitos compressíveis. Incompressíveis,  “o direito à crença, à opinião, ao lazer e, por que não, à arte e à literatura (CANDIDO, 2004, p. 176). Esa reflexão tem apoio de GIL (2003), par quem “essa história de achar que a cultura é uma coisa extraordinária”, tem que acabar. Completa: “Cultura é ordinária! Cultura é igual feijão com arroz, é necessidade básica. Tem que estar na mesa, tem que estar na cesta básica de todo mundo”.

 Mais...

Quer saber mais sobre o tema?

Quer conhecer o trabalho do Mateus e do Darlan?

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É saber público e de qualidade!

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