sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Graça e o perfil da produção premiada na FNLIJ


Graça e o perfil da produção premiada na FNLIJ

Cristina Maria Rosa

 

Na reunião do GPELL ocorrida sexta, dia 18 de setembro, Florence Barbosa Gomes Santos mencionou o “nascimento” da ficha, via formulário eletrônico, que apoiava o GPELL/UFMG na avaliação de obras destinadas a politicas públicas de leitura no Brasil.

Capitaneada pela FNLIJ – Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, os premiados passavam por vários critérios, sempre uma demanda intelectual muito forte ao GPELL, desde as primeiras décadas do século XX[1]. Leia parte do relato:

 

Eu conheci graça faltando um ano para a formatura em Letras. No mural, vaga para bolsista do LIED. Eu muito frustrada com a Faculdade de Letras, pela falta de conexão da teoria com a prática, procurei a Graça pensando nessa vaga. Graça era prática: – Olha, você pode desistir. Acabou de sair daqui de minha sala uma pessoa que se formou em jornalismo, depois em Letras. Ela vai me ajudar muito, já ocupou a vaga. Pode desistir. Seis meses depois, Graça ligou e disse: – Olha, eu gostei muito de você e não fiquei com você porque fiquei com a jornalista. Venha que tem uma vaga para você. É uma bolsa de iniciação científica no GPELL. Quando cheguei para trabalhar, ela me explicou. É um relato da Graça: “Em 2005, ela perguntou ao grupo: Já que estamos lendo e avaliando esses materiais da FNLIJ, por que não afirmamos que estamos estudando e abrimos uma pesquisa sobre esse material? Qual o perfil da produção literária das crianças e jovens?”. As fichas ainda não estavam sistematizadas. A ficha inicial, em meu trabalho de bolsista, foi inserir em planilhas do Excel. De 2007 a 2009, coloquei no Excel. Eu trabalhava no gabinete, digitando e salvando os dados. Transformava em gráficos para fazer um estudo dos livros premiados. Chegavam as fichas por debaixo da porta. As pessoas passavam as fichas preenchidas por debaixo da porta. Eu pensava: “Alguém vai pisar na ficha!”, “Segunda eu vou pisar na ficha!”. Essa foi a motivação para transformar a ficha em uma ficha eletrônica.

A Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil envia, para a UFMG, que os guarda em arquivo desde então, todos os exemplares para a seleção. São milhares de livros que as editoras inscrevem. Eles são lidos, avaliados, catalogados e, por fim, um pequeno grupo é premiado.

Estes livros integram um acervo precioso, sob guarda do GPELL, na Biblioteca da FaE. Em 2010, quando de minha estada na UFMG para o Pós-Doutorado, tive o privilégio de conhecer e ministrar uma aula lá, para as colegas de Disciplina sob orientação de Graça Paulino. Foi emocionante!

Sobre a história da feitura da ficha de avaliação, leia mais um trecho do depoimento de Florence:

 

Falei: – Graça: vamos transformar a ficha em eletrônica? “Decisão de grupo”, disse a Graça. “Você vai levar e o grupo vai votar”. A ficha foi criada no google docs excel. Ela permitia salvar os elementos e gerava uma planilha final, com detalhes que a ficha abrangia. Qual a vantagem? Possibilitava cópia mensal. Ao final de um semestre, um gráfico era gerado automaticamente, para cada item da ficha. O grupo se debruçava sobre dados extraídos dali. A ficha era para, depois de avaliado, analisar e entender o perfil dessa produção premiada. Graça tinha essa intenção!



[1] Em 2005, iniciou o uso de fichas de avaliação. Era manual e nela havia 29 campos de preenchimento. Em 2010, passou a uma planilha do Google docs, com 37 campos e em 2018, passou a ser alimentada em uma planilha do Google Drive e nela há 70 campos para dados.

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