segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Um catálogo em 2023


Quem sou e por onde ando...

Cristina Maria Rosa é Professora titular na Faculdade de Educação da UFPel. Sua obra mais importante é Onde está Meu ABC, de Erico Verissimo? Notas sobre um livro desaparecido, publicado em 2013, resultado de um Estágio Pós-Doutoral em Educação realizado na UFMG (2010-2011), sob orientação da Doutora Graça Paulino.2022/2023

Desenvolvendo Estágio Pós-Doutoral na UFRGS e UFSC (PORTARIA Nº 892, DE 16 DE MAIO DE 2022) desde junho de 2022, o objetivo de estudos está grafado na pesquisa intitulada: DIREITOS DAS CRIANÇAS EM OBRAS LITERÁRIAS: UM ESTUDO NOS ACERVOS DA UFRGS E UFSC. A supervisão do pós-doutorado é das Doutoras Jane Felipe de Souza (UFRGS) e Patrícia De Moraes Lima (UFSC).

Conceito

Cristina Rosa é autora do conceito Alfabetização Literária. Foi elaborado pela primeira vez, por escrito, em 2015. Pode ser conhecido aqui: http://crisalfabetoaparte.blogspot.com/2015/06/alfabetizacao-literaria-o-que-e.html?m=1. Recentemente aprimorado, pode ser lido em: http://crisalfabetoaparte.blogspot.com/2022/12/alfabetizacao-literaria-aprimorando-o.html?m=1

Habilidades

Coordena o Grupo de Estudos em Leitura Literária, lidera o Grupo de Pesquisa Escritas, Leitores e História da Leitura (CNPq 11/2009), coordena a Sala de Leitura Erico Verissimo e o Projeto de Extensão Leitura Literária na Escola. O foco de seu trabalho é formação de professores leitores literários. Atua na Especialização em Educação (FaE/UFPel) e na UNAPI –Universidade Aberta a Pessoas Idosas.


Publicações

É autora dos livros infantis De arqueologias e de avôs (2005); Luíza (2007) e Cobras no Laranjal (2009), além de e-books como Irmãzinha de Estimação (2014), Listas Incríveis, malucas e inventadas de A a Zebra (2014), Quintal ao Lado (2016), Íris e a beterraba (2019) e Infâncias (2021). 

Resultado de pesquisas, estudos e projetos, publicou também Um alfabeto à parte: biobibliografia de Pedro Rubens de Freitas Wayne (2009), Alfabetização e Cidadania: o inverso do espelho na educação de jovens e adultos (2002);  Jovens e Adultos na Escola: Aprendendo a ler o mundo e a palavra (2005); Leituras: Clássicos e Modernos (2006); Educação Inclusiva: Textos e Glossário (2006); Das Leituras ao Letramento Literário (2009); Escritas, Leitores e História da Leitura (2012) e A Velha, a Mosca e a Narrativa (2013).

Tarefa

Em 2023, fruto de estudos e pesquisas em Bibliotecas Universitárias e Livrarias, vai constituir (elaborar e editar) um catálogo com obras para a alfabetização de crianças e adolescentes na escola.

Já tem título: Tragicamente Obsoletos!


segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Ettore e o impacto da delicadeza

 

O impacto da arte do belo e forte

Cristina Maria Rosa

Eu li e recomendo Ettore, L’uomo straordinariamente forte, de Magali Le Huche. Traduzido para o italiano por Maria Chiara Rioli, foi editado em 2013 pela Settenove Edizione em Caglia (PU).

Conheci o livro em setembro, quando estive em Torino, Italia. Na Le Altalene, Libri & Caffè. Ao chegar lá, queria livros da Casa Editrice Lo Stampatello. Encontrei.

E encontrei Ettore!

É impactante.

O livro apresenta uma storia muito interessante: um homem forte e musculoso que, em segredo...

Em segredo! Não vou contar...

A trama faz pensar.

E oferta a nossos pequenos, especialmente aos meninos culturalmente “bombardeados" por scripts de superioridade que, dentro de um homem forte pode se “esconder” um grande coração, uma personalidade delicada.

É um livro que pode “ensinar” às crianças que a força e a gentileza não são qualidades antagônicas, que não se deve envergonhar-se de suas próprias escolhas, desejos, paixões e do que se gosta só para aderir ao senso comum ou “ser aceito” e “do grupo”.

Com esplendidas ilustrações, Ettore é arte e educação!

Selma, de Jutta Bauer

 

O gosto pelas coisas simples ou por que ler Selma, de Jutta Bauer...

Cristina Maria Rosa

Jutta Bauer é autora e ilustradora premiada. Nascida em Hamburgo em 1955, tem merecido várias distinções e prêmios. Um deles, o Hans Christian Andersen – o Nobel da Literatura.

Com tradução de Marcus Mazzari, a edição da Cosac Naify, no Brasil, ocorreu em 2008. Com 56 páginas, Selma tem 11 cm de altura, 15 cm de largura e pesa 100 gramas. 

Sim, é um livrinho...

Não dentro.

Quando se abre, Selma apresenta conteúdo, linguagem e ilustração que o torna imenso. Ou, sem possiblidade de ser dimensionado. Isso pode ser dito de livros que têm o silêncio – contemplativo, extasiado, filosófico, até – como resultado da leitura.

Durante.

E após...

É considerado um livro de literatura. É vendido como um livro de literatura infantil. Alguns o nomeiam como uma narrativa; outros, como uma novela. Eu o chamo de arte literária.

 Quer conhecer a sinopse em espanhol?


Selma es una oveja lista y sensible que todos los dias come bien, se ejercita, platica con los ninos, conversa con su amiga y duerme bien. Si tuviera mas tiempo, haria lo mismo, y si ganara la loteroa? Seguiria haciendo lo mismo!, pues ha conquistado ya la felicidad, el gusto por las cosas simples que llenan la vida.

Historieta

A primeira vez que li Selma foi em uma livraria. Penso que foi em Belo Horizonte, quando realizava um pós-doutorado com a Graça Paulino.

Não lembro qual livraria...

Teria sido a Quixote[1]?

Me abracei na obra e saí com ela.

Deveria ter comprado dez exemplares.

Comprei só um e este, com o tempo, desapareceu.

Para tê-lo novamente me minha biblioteca, tive que buscá-lo em outras línguas, pois a editora brasileira já não mais existe. E os exemplares de Selma, em português, raríssimos, estão em preços impraticáveis.

Nas aulas de literatura que ofereço na UFPel, causo entre os e as alunas presentes, ao ler, a sensação de “não vivo mais sem este livro”!

Se leres Selma, vais entender...



[1] Em Belo Horizonte há duas Quixote - Livraria e Café: uma na Pampulha (Prédio da FaFiCH, sala 1032 - 1º andar no Campus UFMG) e outra na Savassi (Fernandes Tourinho, 274). Conheci-as e comprei livros em ambas. Mas há, também, o livreiro que atua na Faculdade de Educação há anos, o William Livros (wegmg@uai.com.br ou williamfae@gmail.com).


domingo, 4 de dezembro de 2022

Alfabetização literária: aprimorando o conceito

Alfabetização Literária: Aprimorando um conceito

Cristina Maria Rosa


Alfabetização literária é um processo de apresentação do mundo da literatura a todos: bebês, crianças, adolescentes, adultos, velhos. Demanda deliberação, constância e critérios pois, a formação do gosto não é um atributo genético.

Para alfabetizar literariamente é preponderante a seleção de obras fascinantes e atitudes de encantamento com a  arte da palavra pois, a “verdadeira” literatura se realiza através de um pacto: a interação autor/texto/leitor. 

O processo de encantamento com esta arte requer um sujeito que ama – o mediador –, um sujeito que deseja – o futuro leitor –, e o objeto de desejo: o livro.

Na alfabetização literária é imprescindível deliberação, ou seja, desejar, imaginar, planejar e propor a leitura. É indispensável constância: propor e ler, frequentemente, textos literários. Na escola, ao menos uma vez ao dia. Por fim, é imprescindível ter critérios, ou seja, formação e qualificação para selecionar obras e atuar com habilidade.