quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Anna Claudia Ramos e a Lagoa dos Patos

Pontal da Barra. Lagoa dos Patos. Pelotas, RS
Anna Claudia na Lagoa
Revelo como foi conhecer Anna Claudia Ramos, escritora e quase amiga, agora. E relato como partilhamos momentos de estudo e de alegria., visitando a Lagoa dos Patos e não encontrando nenhum pato, tomando café sem açúcar e falando dos filhos que nos legaram contos.
Foi mais ou menos assim:
Em novembro e durante a Feira do Livro, mais precisamente no dia 04, tive o privilégio de conhecer a escritora Anna Claudia Ramos. Autora de muitas obras para gentes de todos os tamanhos e dona de um site muuuuiiiito bacana: http://annaclaudiaramos.com.br/.
A Livraria Vanguarda, que havia organizado o evento “Ler é transformar”, um diálogo sobre a arte de escrever e ler literatura com os escritores Anna Claudia Ramos e Luís Dill durante a Feira do Livro, me convidou para mediar o “papo” com o público. Imediatamente, fiz um inventário do que tinha lido dos dois e tratei de saber mais sobre cada um deles. Passei na Livraria e, diante de alguns livros separados pela Beti, me preparei para conversar...
O dia 04/11 chegou...
Eu, Cristina, ali na Biblioteca Pública Pelotense, entre dois escritores que admiro, com a responsabilidade de ser ponte entre eles, seus livros lidos por mim, meus alunos e demais convidados.
E foi uma festa literária o papo com todos ali presentes!
Dill, já conhecido de outas aventuras vividas, estávamos à vontade e nosso tom de voz e conexão indicou que ainda temos muito a viver literariamente. Que bom!
Anna Claudia, eu conheceria ali. Nossa: que pessoa agradável. Simples, bronzeada, carioca, ciclista, remadora, mãe de duas incríveis pessoas, filha de mãe e pai amorosos... Quantas qualidades. E papo reto. Português claro, como digo. Gostei.
O que li dela?
Sim, é isso que mais interessa.
Para me preparar para o diálogo, fui presenteada pela Vanguarda com os livros: A gente pode... A gente não pode, que eu já conhecia, pois tenho a coleção completa e mais os seguintes: Aquilo que ninguém vê,  Lendas urbanas: a loura do banheiro e outras histórias, Nos bastidores do imaginário: criação e literatura infantil e juvenil, Petra do Coração de pedra e Quatro histórias de desejos. A seguir, faço um pequeno release de cada um, para te convidar a ler também...

1.                 A gente pode... A gente não pode, de Anna Claudia Ramos e Ana Raquel. Resultado de uma pesquisa com crianças nas escolas, Ana apresenta respostas inusitadas a questões cotidianas sobre o que cada um pode fazer com a idade que tem. Integra uma coleção, pois crianças de muitas idades responderam. Imperdível!
2.                  Aquilo que ninguém vê, de Andrea Taubman e Anna Claudia Ramos. Narrativa longa (120 páginas) é para pessoas corajosas e destemidas. Revela “uma dura saga familiar” iniciada com a vinda de Sange, uma mulher “trazida para o Brasil como escrava”, passando por Anália Franco, a mulher que revolucionou a educação no Brasil quando “a cor da pele ditava quem era cidadão ou não”. É uma emocionante narrativa sobre a “vida de mulheres corajosas” e, ao mesmo tempo, sobre nosso berço ou “a história de todos os brasileiros”. Emocionante!
3.                 Lendas urbanas: a loura do banheiro e outras histórias. Com imagens de Guto Lins, Lendas Urbanas reúne quatro narrativas “contadas com sabor de mistério” em vários cantos do país. É assim mesmo que nascem e se disseminam as lendas, de boca em boca, oralmente, ao “sabor de quem conta um conto”, aumenta ou inventa um ponto. Entre elas, Maria Degolada, que, diz a lenda, ocorreu “de verdade” por volta de 1899, aqui no Rio Grande do Sul. Leia todas, são de arrepiar!
4.                 Nos bastidores do imaginário: criação e literatura infantil e juvenil. Fruto da Dissertação de Mestrado da autora, o livro possui 222 páginas, um sumário riquíssimo além de preciosidades. Como essa:
Mar e literatura. Ambos misteriosos, silenciosos, mas ao mesmo tempo, capazes de suscitar sentimentos dos mais variados, desde uma visão de liberdade interior até um inquietamento que muitas vezes não sabemos identificar de imediato, mas que nos traz um renascer, como se abríssemos dentro de nós novos possíveis horizontes. (RAMOS, 2006, p. 131).

5.                 Petra do Coração de pedra. Com mapa desenhado a mão, como os que fazíamos quando ainda nem imaginaríamos que o GPS nos conectaria, Petra é “um dos mais libertadores textos para leitores de qualquer idade” que Anna escreveu, de acordo com Susanna Florissi. Especialmente daquela idade “em que começamos a nos indagar mais profundamente e a questionar as opiniões” de outros a nosso respeito. Esse livro em formato original (19 X 19 cm) e 140 páginas, parece uma saga. Como a de Harry Potter. Mas, confesso, ainda não terminei. Quando o fizer, opino...
6.                 Quatro histórias de desejos. Livro que “nasceu de um bate-papo”, trata de jovens que não querem “ficar” ou “perder” a virgindade só porque já cresceram. Eu li um dos contos, O que é isso, menina? Tá doida?, para um grupo de mulheres no salão de beleza. E confesso: impressionei-me com a reação delas: aplaudiram o conto, as atitudes do protagonista e, por consequência, a Anna Claudia Ramos. Colorido, com quatro contos leves e divertidos, dá conta do recado. A linguagem é para adolescentes, mas, que delícia!
Ela, a Anna, prometeu que volta. Na próxima Feira do Livro. Não perco por nada!

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