segunda-feira, 29 de maio de 2017

Leituras para meninas: o projeto

Cristina MAria Rosa

Projeto
Integrado ao dia internacional da mulher e tendo como foco a leitura literária na escola, apresento aqui resultados parciais do evento “Leitura para Meninas”, iniciado no dia 08/03/2017 e que será desenvolvido pelo GELL - Grupo de Estudos em Leitura Literária da FaE/UFPel - durante o ano de 2017, em uma escola na cidade de Pelotas.
Destinado às meninas que frequentam o 7º, 8º e 9º ano de uma Escola Pública que se localiza na periferia urbana da cidade, selecionamos um grupo de obras literárias que têm, em seu universo ficcional, protagonistas inspiradoras, que não esperam príncipes e se responsabilizam por si mesmas, propõem saídas inusitadas para velhos problemas e são bem humoradas.
No lançamento do projeto, após a leitura de algumsa das obras selecionadas, houve um diálogo sobre os desfechos, com as meninas que, provocadas, emitiram opiniões: sobre a obra, as protagonistas, o evento.
Resultados parciais
Entre as opiniões colhidas no local, no dia e posteriormente, percebemos a aceitação da escola e do público - as meninas - com relação à proposta. Na cidade de Pelotas, os resutados foram observados quando a mídia online, o jornal impresso, uma entrevista à TV e a postagem de um vídeo no youtube repercutiram a proposição: uma unanimidade raramente alcançada. Quanto às obras escolhidas para leitura, consideramos que houve acerto, especialmente por tratarem de questões que interessaram às meninas presentes.
Entre as primeiras lidas, o texto singelo A Bailarina, de Vinícius de Moraes e As meninas, de Cecília Meireles, escolhidas por revelarem um ideal de menina: a inocência e a gentileza. 
As demais obras lidas foram A Zeropéia, de Herbert de Souza, Maria vai com as outras, de Sylvia Orthof, Nós, de Eva Furnari, O Príncipe que Bocejava, de Ana Maria Machado e Uma chapeuzinho vermelho, de Marjolaine Leray.
O futuro
Além desses resultados, transformamos o projeto em um programa de duração longa, que terá como acréscimo, o estudo das obras pelos mediadores, a ampliação da quantidade de obras a serem lidas e a multiplicaçao dos mediadores, buscando atingir a todas as meninas dos três anos para os quais o projeto foi proposto.

Mas, o que é uma menina?
Ao perguntar a amigos, colegas, familiares, entre outras respostas, colhi:

“Bah! Que difícil responder! Um ser humano tomado de possibilidades infinitas, de amorosidade, de força argumentativa e muita alegria”.


“Infante humano fêmea. Mais do que tudo uma criança. Nada de lacinhos e frufru. A menina que eu fui era dona dum mundo imaginário infinito, fortemente fundado na leitura que os outros faziam para mim e quando finalmente aprendi a ler, pude me encerrar secretamente com meus favoritos. Enfim, o que quero dizer é que a questão de gênero nunca foi muito marcada na minha criação (na praia, íamos de calção e peito de fora, por exemplo, era uma primalhada misturada, difícil definir meninos e meninas...”.

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