sábado, 13 de agosto de 2016

Literatura: necessidade universal imperiosa

Inspirada na leitura que recentemente fiz, elaborado por Luis Camargo, voltei a um belíssimo escrito de Antonio Candido[1]. Filiando-me a seus ensinamentos, afirmo que a literatura contribui para a humanização e enriquecimento do indivíduo e da sociedade. Cito suas palavras para dizer que acredito que “as produções literárias, de todos os tipos e todos os níveis, satisfazem necessidades básicas do ser humano, sobretudo através dessa incorporação, que enriquece a nossa percepção e a nossa visão do mundo”
E por que a literatura é “uma necessidade universal imperiosa” e “fruí-la é um direito das pessoas de qualquer sociedade” como defende Candido?
O argumento central que responde a esta questão está na própria produção literária que, desde muito tempo acompanha a narrativa do que é tornar-se humano em tempos de história e memória de nós mesmos. Para Antonio Cândido, desde “o índio que canta as suas proezas de caça ou evoca dançando a lua cheia até o mais requintado erudito que procura captar com sábias redes os sentidos flutuantes de um poema hermético” o que move esses personagens – sujeitos em busca de representar-se – é a humanização.
Para Antônio Cândido, a humanização é “o processo que confirma no homem aqueles traços que reputamos essenciais, como o exercício da reflexão, a aquisição do saber, a boa disposição para com o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso da beleza, a percepção da complexidade do mundo e dos seres, o cultivo do humor”. E, afirma: é a literatura que desenvolve em nós “a quota de humanidade na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza, a sociedade, o semelhante”.




[1] CANDIDO, Antonio. Vários escritos. 3ª ed. revista e ampliada. São Paulo: Duas Cidades, 1995.)

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