quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

1948 - O batalhão das letras de Quintana

Livro Raro

O Batalhão das Letras, de Mário Quintana não é raro.
Nem mesmo desaparecido.
Há nas livrarias, já recebeu tratamento editorial de mais de uma empresa, ilustradores como Eva Furnari  e Rosinha.
Seus versos já apoiaram as professoras em processos de alfabetização e é um dos livros para crianças mais conhecidos de Mário Quintana, mesmo fora do Rio Grande do Sul.


No entanto, o exemplar original, de 1948 é muito raro. Esta imagem, ao lado, é da primeira edição. Foi encontrada em um sebo em Porto Alegre, recentemente. A compradora, uma querida ex-aluna, hoje grande amiga. Ela ligou e disse:
- Cris, queres "O Batalhão das Letras" do Quintana? Foi o maior presente que já recebi em quase 50 anos de vida!



O que é um abecedário?
Um Abecedário é um gênero literário inserido na literatura para crianças. Alguns grandes escritores que hoje respeitamos, como Cecília Meireles, Erico Verissimo e Mário Quintana os escreveram em um tempo em que os livros para crianças eram raros, sem ilustrações e sem infância.



Verissimo escreveu Meu ABC, em 1936. Suas páginas internas são incríveis e você não pode deixar de conhecê-las. A primeira capa é essa:



Cecília Meireles, por sua vez, escreveu A festa das Letras, em 1937.
Foi editada pela Globo e distribuída em todos as escolas do país.
A Biblioteca Lucília Minssen, em Porto Alegre, tem um exemplar.





Quintana, por sua vez, elaborou O batalhão das letras, que foi editado, pela primeiro vez, doze anos após o livro de Verissimo. Em comum, o objetivo e a apresentação das letras do alfabeto, em ordem. A diferença? O de Verissimo é um Abecedário para crianças inteligentes, curiosas, pesamenteiras. O de Cecília, para ensinar as crianças a terem cuidados com sua higiene e saúde, através de alimentos saudáveis. O de Quintana? É um convite à poesia, à brincadeira.

Nanquinote
A imagem ao lado indica a inserção do Abecedário de Quintana na Coleção Biblioteca de Nanquinote, que Erico Verissimo inventou.
O Batalhão é o 16º livro da coleção.
Não é incrível conhecê-lo?



Por que estudar Abecedários?
Eles integram a história da Alfabetização e. no caso de seus autores "famosos" dão pistas do que estes pensavam sobre a escola, a alfabetização e seu métodos. Isso na primeira metade do século XX. Quer conhecer mais uma das páginas?
Ilustrações
O Batalhão das Letras tem, em sua capa, a indicação de seu diferencial: Versos de Mário Quintana, Desenhos de Edgar Koetz.
Foi a Editora Globo, do Rio Grande do Sul quem editou, pela primeira vez, o Abecedário de nosso maior poeta. Em 1948.
Meu estudo, agora, vai se dirigir para um comparativo entre as diferentes versões que possuo.Quando concluir, publico.

O Gibi na Escola: de zero a onze anos

É possível trabalhar com Gibi na Escola?
Com certeza!
Ele pode ser apresentado às crianças desde pequeninas, ainda na Educação Infantil.
Para isso, existem alguns especiais, como os que não possuem texto, por exemplo.
Eu sempre escolho gibis brasileiros, os da Turma da Mônica, do Maurício de Souza, são os que eu mais gosto. Primeiro, porque são brasileiros. Segundo, porque apresentam personagens que tem ligação bem estreita com a escola - o Chico Bento e sua professora -, com a natureza - o Papa Capim - e com a arte - a Marina. O Astronauta, o Louco, o Zé Lelé, o Mingau, a Magali, o Do Contra, o Nimbus e Franjinha, também são muito admirados por mim. E tem o Horácio, um dinossauro que é vegetariano! Eu adoro as história dele!

O gênero
Crianças precisam ser inseridas no mundo da leitura através de diferentes gêneros textuais. Esse é um dos requisitos em um processo de letramento.
O gibi é um dos gêneros textuais adequados para isso, pois são escritos para o deleite, para o prazer de ler, ouvir, ver, escutar.
Sua característica principal é o desenho, em quadrinhos, de cenas que podem ou não ser complementadas com linguagem. Quando esta ocorre, balõezinhos aparecem saindo das bocas dor personagens.
Para mim, o gibi é uma prévia do cinema, pois tem a mesma estrutura - cenas que narram uma história entrecortadas pela nossa imaginação - e nem sempre precisa de palavras. O que falta no gibi e que se encontra no cinema tem - o movimento e o som - a gente inventa. Em alguns casos, as onomatopeias resolvem...

Metodologia
Como fazer?
Com crianças pequenas, é preciso formar o hábito.
Leva-se à escola, especialmente histórias sem linguagem escrita, para que elas aprendam a ler o roteiro.
Pequeninas, pegam, olham imitam a professora que também olha, folheia e lê o seu gibi.
Um pouquinho maiores (quatro ou cinco anos), podem contar à professora e colegas a histórias que leram.
Entre seis e oito anos, o Gibi deve continuar na sala de aula como deleite: leitura silenciosa, individual.
A professora deve providenciar um para cada criança (há em sebos por um preço bem bacana). E deve ler também. Eu sugiro que se marque um tempinho para a leitura. Pode começar com cinco minutos e, à medida em que as crianças vão gostando, o tempo pode ser ampliado. Até 20 minutos uma vez por semana ou em dois dias na semana é suficiente para esse gênero.
Paras as crianças do 3º, 4º e 5º ano, a professora deve indicar o tempo de leitura e, depois dele, pode interferir com tarefas. Como?
Retirando o último quadrinho e solicitando um fim...
Suprimindo o título e perguntando como este seria...
Recortando os diálogos e sugerindo que os estudantes escrevam os seus próprios...
Aproveite o roteiro e leia para seus pequenos. Eles vão adorar!