terça-feira, 3 de setembro de 2013

INVENCIONICES: UM CONTO, UM MEDIADOR, SEU PÚBLICO

       Proposição de trabalho de pesquisa a ser apresentado no X Seminário Internacional de História da Literatura em Porto Alegre, na PUCRS (Novembro de 2013), Invencionices: um conto, um mediador, seu público é o meu mais recente projeto de leitura literária na escola. A seguir, você pode ler o resumo enviado ao evento.

A partir de uma experiência bem sucedida de interação entre autor, leitor e público ouvinte, apresento uma reflexão acerca da premência de bons contatos com o mundo da leitura literária desde a mais tenra idade. Prática não muito frequente entre os mediadores da leitura e mesmo entre os formadores de leitores, a leitura literária, na escola, é eventual, assistemática, não planejada e nem registrada em diários de classe. Pode-se afirmar que, ao valorar demasiadamente os demais conteúdos, a escola confere à leitura literária uma menoridade intelectual.

Em pesquisas recentes pude descobrir que a leitura literária realizada em voz alta pelo professor, tem sido precocemente substituída pela leitura individual, silenciosa. O “desaparecimento” da leitura literária na escola tendo o mediador como referência, como modelo, comprova sua menoridade e reflete o tratamento amador que recebe dos professores. Para estudiosos como Abramovich (2003), Coelho (2000), Fischer (2012), Lajolo & Zilberman (1985), Machado (2004, 2012), Machado (2008), Paulino (2010), Rosa (2011; 2012) e Todorov (2012), ler é atribuir significado ao lido e a leitura literária é condição para a formação do leitor. Para Antunes (2013), o gosto pela leitura não é um atributo genético e precisa ser ensinado, produzido entre os seres humanos, pois ninguém nasce gostando de ler.

O trabalho intitulado Invencionices: um conto, um mediador, seu público, refere-se a uma experiência desenvolvida em escolas no Rio Grande do Sul e tem como produto um livro em mídia digital.  Foi desenvolvida em 2013, com crianças de três a doze anos, em diferentes escolas públicas e privadas.

Os objetivos – inspirados nos princípios da pesquisa qualitativa (LÜDKE e ANDRÉ, 1986) – foram: estabelecer um vínculo imediato entre autor/mediador; incentivar o mediador a ler em voz alta; gerar efeito duradouro com a presença do autor na escola e; produzir um resultado integrado autor/mediador/crianças ao inseri-las como ilustradoras do produto final. 

Os procedimentos foram: 1. Contato com os mediadores; 2. Envio, por email, de um conto; 3. Leitura do conto pelo mediador às crianças; 4. Ilustração do conto pelos ouvintes; 5. Diálogo com o autor na escola; 6. Edição de texto e inserção das imagens pelo autor; 7. Retorno à escola do novo formato para uso do mediador com as crianças.

Os resultados podem ser visualizados nos livros criados a partir dessa interação que tem como objetivo aproximar autor e público alvo da leitura literária.

Obs: para acessar um dos livros criados, escreva para meu email que te envio: cris@ufpel.tche.br

Um comentário:

  1. Li seu blog hoje com muita alegria; é lindo saber que existem pessoas apaixonadas pela leitura, capazes de contagiar outras pessoas também! Abraço grande!

    Roseli Araujo

    roselifsara@gmail.com

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