Proposição de trabalho de pesquisa a ser apresentado no X Seminário Internacional de História da Literatura em Porto Alegre, na PUCRS (Novembro de 2013), Invencionices: um conto, um mediador, seu público é o meu mais recente projeto de leitura literária na escola. A seguir, você pode ler o resumo enviado ao evento.
A partir de uma experiência bem sucedida de interação
entre autor, leitor e público ouvinte, apresento uma reflexão acerca da
premência de bons contatos com o mundo da leitura literária desde a mais tenra
idade. Prática não muito frequente entre os mediadores da leitura e mesmo entre
os formadores de leitores, a leitura literária, na escola, é eventual,
assistemática, não planejada e nem registrada em diários de classe. Pode-se
afirmar que, ao valorar demasiadamente os demais conteúdos, a escola confere à
leitura literária uma menoridade intelectual.
Em pesquisas recentes pude
descobrir que a leitura literária realizada em voz alta pelo professor, tem
sido precocemente substituída pela leitura individual, silenciosa. O “desaparecimento”
da leitura literária na escola tendo o mediador como referência, como modelo, comprova
sua menoridade e reflete o tratamento amador que recebe dos professores. Para
estudiosos como Abramovich (2003), Coelho (2000), Fischer (2012), Lajolo &
Zilberman (1985), Machado (2004, 2012), Machado (2008), Paulino (2010), Rosa
(2011; 2012) e Todorov (2012), ler é atribuir significado ao lido e a leitura
literária é condição para a formação do leitor. Para Antunes (2013), o gosto
pela leitura não é um atributo genético e precisa ser ensinado, produzido entre
os seres humanos, pois ninguém nasce gostando de ler.
O trabalho intitulado Invencionices:
um conto, um mediador, seu público, refere-se a uma experiência
desenvolvida em escolas no Rio Grande do Sul e tem como produto um livro em
mídia digital. Foi desenvolvida em 2013,
com crianças de três a doze anos, em diferentes escolas públicas e privadas.
Os
objetivos – inspirados nos princípios da pesquisa qualitativa (LÜDKE e ANDRÉ,
1986) – foram: estabelecer um vínculo imediato entre autor/mediador; incentivar
o mediador a ler em voz alta; gerar efeito duradouro com a presença do autor na
escola e; produzir um resultado integrado autor/mediador/crianças ao inseri-las
como ilustradoras do produto final.
Os procedimentos foram: 1. Contato com os mediadores; 2. Envio, por email, de um conto; 3. Leitura do conto pelo mediador às crianças; 4. Ilustração do conto pelos ouvintes; 5. Diálogo com o autor na escola; 6. Edição de texto e inserção das imagens pelo autor; 7. Retorno à escola do novo formato para uso do mediador com as crianças.
Os resultados podem ser visualizados nos livros criados a partir dessa interação que tem como objetivo aproximar autor e público alvo da leitura literária.
Obs: para acessar um dos livros criados, escreva para meu email que te envio: cris@ufpel.tche.br
Li seu blog hoje com muita alegria; é lindo saber que existem pessoas apaixonadas pela leitura, capazes de contagiar outras pessoas também! Abraço grande!
ResponderExcluirRoseli Araujo
roselifsara@gmail.com